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Artigos-->Será a verdade um mito? -- 30/11/2002 - 17:00 (gisele leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Será a verdade um mito?

O texto serve para uma introdução a Filosofia , analisando a importância do mito e sobretudo da verdade para todo desenvolvimento científico humano.

Gisele Leite



Em pensar que as mais relevantes investigações científicas e especulações filosóficas partiram em seus primórdios dos mitos...



Se o começo histórico da filosofia e da ciência coube aos ocidentais ou aos orientais, pouco importa, porém é certo que na antigüidade cogitava sobre os persas, egípcios e os bárbaro orientais...



Mas não vamos perguntar quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha...Seria indagação inútil, quer dizer a fábula.



Mito do latim mythos, é um contexto explicativo, não-lógico, as vezes até fantástico e fantasioso motivado pelo meio físico e humano a fim de explicar os fenômenos...



O mito surge da necessidade consciente e inconsciente que o homem de explicar seu meio, seus problemas.



Através do mito o homem possui intelectualmente o fato. É quando a razão se apossa da emoção.



A narração mítica é feita sobre forma simbólica e alegórica e as vezes até enigmática.



Os deuses antropomórficos da mitologia grega constituem uma racionalização do divino e uma exaltação da medida humana de Protágoras, responsável também pela eclosão da filosofia.



Se a filosofia bambeou entre a virtude e a perfeição e a paixão e a violência, e a cultura grega bem caracterizou isto através de suas faces complementares, denominada de apolínea, cheia de luminosidade, ordem, medida e a fase dionisíaca, de incontinência, desmedimento e paixão.



A humanização do divino aproxima-o da compreensão dos homens, mas deixa o universo sujeito aos comportamentos passionais dos deuses capazes de alterar seu curso normal da vida.



A própria concepção dupla da existência humana foi apaziguada pelos mitos, e a morte deixará de ser o fim do homem.



A própria saga de Hércules, filho bastardo de Zeus em seus doze trabalhos, relata bem as vicissitudes que os mortais deveriam que enfrentar e vencer para atingir a eternidade e a liberdade...



A própria estória de Zeus que escapou de ser devorado pelo pai protegido pela mãe Gaia, e que veio mais tarde a se tornar o senhor serenos e impassível do Olimpo.



A fidelidade de Penélope a Ulisses servirá de metáfora filosófica para exprimir a fidelidade do pensamento do ser.



Mas será que pensamos ser, quem realmente somos?



Mais tarde, Freud desvendaria tal mistério decifrando os sonhos e interpretando os atos falhos...



Nossos olhos não são isentos, e nem nossa óptica desprovida de conceitos e preconceitos...



E então, será toda verdade ilusória e todo conhecimento parcial e relativo?



O caráter do que é verdadeiro emanado de uma relação de conformidade entre o objeto e o pensamento; um acordo tácito selado entre o sentimento e a realidade.



A justiça não é falida, pelo tanto que é desejada ou valorizada pelos homens.



Na verdade, existe alguma coisa entre o valor e o ser? Ou serão a eles uma única e mesma coisa?



Até aonde o conhecimento do bem se confunde com o conhecimento do verdadeiro?



Ou até aonde a idéia do direito se confunde com a noção de justiça?



Porém, o intelectualismo moral choca-se com à opinião comum. Supõe-se aqui, por um lado que quem conhece o bem, quer necessariamente fazê-lo...



Assim numa antropologia idealista que define o ser humano como um ser que detém os meios de não se submeter a nenhuma forma de violência e cuja verdadeira liberdade ancora-se na coação nacional.



Mas não será toda coação uma violência?



Desta forma, é curial a máxima enigmática de Sócrates: "Ninguém faz o mal voluntariamente". Tangencia-se aqui numa contradição inerente ao conceito da verdade, que só existe através de uma consciência.



Será as verdades mais um modelo dos juízos de valor?



Não há verdade no sentido absoluto e, não há conhecimento senão o relativo.



E se tudo é verdadeiro e nem o ceticismo a contradiz, já que exclui sua própria verdade.



A noção da verdade é bem representada por um laço necessário entre o discurso e o ser.



E a instituição é de fato aquilo que se recebe da coisa sem o que, nem a coisa teria identidade e nem o sujeito a sensibilidade para percebê-la.



Todo conhecimento supõe um juízo que liga o diverso à unidade de um conceito geral.



Kant mostrou a unidade originária é a consciência pura, a percepção do eu penso, diria Freud seria a leitura do ego. É a intuição o berço da verdade.



O valor de uma opinião mede-se por sua capacidade de universalização e, neste diapasão, a problemática do poder ou da eficácia substitui a da verdade.



O verdadeiro é facilmente identificado com o útil, com o justo e até com a força.



Realmente a força da verdade é quase tão misteriosa como todas as forças...



Mas é preciso estabelecer a disjunção do verdadeiro e do bem, e identificaremos nas proposições verdadeiras o juízo ético que vai muito além dos fatos.



Na interrogação da verdade constataríamos que nenhuma verdade tem valor e nenhum juízo tem alcance cognitivo.



O relativismo do conhecimento e o objetivo da verdade nos leva a crer céticamente e unicamente que toda a verdade é ilusória e será verdade o que há no inconsciente? Ou serão raízes expressivas da animalidade humana...? Só a filosofia contemporânea poderá responder; pois esta é afinal a missão da filosofia a eternização da busca.



Quid est veritas?

Pôncio Pilatos a Cristo.





Gisele Leite

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