- Tu próprio o descobriste: uma mulher delicada e simples, que no infortúnio descobre em si forças insuspeitas
Se me procuraste nessa rede de tantos entrelaçados, que mais dizer-te?
A minha vida está a descoberto, desde o nome verdadeiro, à data e lugar de nascimento, só falta a impressão digital... hei-de pensar nisso!
Nada tenho a esconder, por isso vou tranquila e livremente no meu caminho que busca resposta à inquietação de ser.
Procuro aprender.
Viver semeando amor, dando-me integralmente:
Sei que sou claro e escuro, mas tento que a luz me envolva, me transcenda, em consciência, interminável busca.
Caminho de mãos dadas aos outros e coração aberto: por isso, se sou ferida muitas vezes, também recolho as inúmeras partículas de amor que volteiam e redemoinham invisíveis - e é tão belo e tão balsâmico este bem, que sigo no risco, no gume, no vento, na crista da onda, nos salpicos de chuva, que têm muito mais de pureza que de lama!
E sou feliz como uma criança, rio como uma criança, abro os braços sem receio e colocando um pezinho adiante do outro vou caminhando, sem pensar que cairei,
apenas sigo...
Beijinhos com muito carinho,
Maria
Nota - Resposta ao Poeta Flávio Almeida
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