Mais triste
Que o prédio abandonado
É o que foi deixado
em construção
Em que o musgo
Tomou o lugar da cal
E a sombra,
O lugar do reflexo.
Desfaz-se a obra
Que ainda não se fizera
E os tijolos viram tigelas
Para algum pombo citadino
A altura, em vez de imponência,
É ameaça de acidente.
Mas mais que tudo,
O prédio inacabado
é oco de gente;
Espaço semi-construído,
Sequer meio vivido.
PUBLICADO EM: "Quatro Nomes" - Ed. Insular, Florianópolis, 2005 e no "site" colaborativo Overmundo, 2007.
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