Usina de Letras
Usina de Letras
126 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62220 )

Cartas ( 21334)

Contos (13263)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10363)

Erótico (13569)

Frases (50616)

Humor (20031)

Infantil (5431)

Infanto Juvenil (4767)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140801)

Redação (3305)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6189)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
cronicas-->Minha Aldeia IV-3 Cine Central -- 15/06/2005 - 14:07 (pedro marcilio da silva leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dona Judith arrumou o farnel onde levava café com leite e pão com mortadela. Caprichou na arrumação das duas filhas e foram passear. Atravessou a rua em que moravam, sem largar as mãos miúdas das animadas meninas e nem
deixar de dar uma olhada para ter a certeza absoluta que não vinha nenhum automóvel, carroça ou até mesmo uma bicicleta pois,além de estar com os seus tesouros, ela queria ir ao Cine Central e não poderia acontecer imprevistos de jeito nenhum.
Estava passando um filme de Tarzan, com o famoso Johnny Weismuller que havia sido campeão olímpico. Era o Tarzan de que ela gostava.
Quando ele contracenava com Maureen O´Sullivan,a eterna Jane, era imperdível.
Eles moravam num sobrado e Dona Judith reinava como cabeleira do Salão Azul
do qual era proprietária. Ficava efronte à Papelaria Itatiaia e quase bem em cima do Bazar Campista, na muito movimentada Avenida Duque de Caxias.
Ali perto, na mesma avenida,havia o Cinema Brasil.
Dona Judith tinha um conhecido que trabalhava no Cine Central que facilitava a entrada das crianças para a galeria superior. Muita vezes, antes do filme acabar, elas já estavam bem adormecidas. Quando eu trabalhei com o Nilton, nas lojas do senhor Martins, na Avenida Presidente Kennedy, às vezes ficava carimbando as entradas do cinema que naquele
tempo era do mesmo proprietário.
Tinha um personagem muito conhecido na Aldeia que fazia ponto por ali. Diziam até que havia uma vila que desembocava num beco por trás do cinema, onde ele morava.Alaor era o seu nome. Mais conhecido que a nota de Cabral
que seria hoje, a nota de um real, pela fama não pelo valor. A gente,naquela época,chamava de tarados os adultos que gostavam de garotos. Talvez tenha sido o Alaor o adulto que mais fez festa para os garotos da Aldeia. Uma vez, ele foi tirar onda pela General Càmara,mas botaram ele para correr.
Naquele trecho do cinema, até hoje, existem dois estabelecimentos comerciais voltados para a venda de produtos utilizados nos rituais de macumba. Um próximo ao Cine Central, tem em sua entrada uma imagem em gesso
representando Vovó Catarina, uma simpática mãe de santo;e no que fica próximo à antiga Papelaria Itatiaia, hoje Papelaria Tiradentes,a também simpática Maria Conga. Neste,nos fundos da loja, morava a Dona Idalina que era a mãe do Guilherme, que de tão comprido parecia mais uma vara de
virar tripa na sua mocidade.São doces as lembranças dessa loja pois, quando da chegada das festas de São Cosme e São Damião,era das mais concorrida a entrega das guloseimas para a criançada. A gente,que já tinha conhecimento
na família e conhecia o caminho das pedras que era um corredor por dentro da loja, já chegava lambendo os beiços.
Era bastante legal essas festas. Vinha criança até de longe. Muita mãe com criança no colo. Dona Idalina deve estar distribuindo doce para os anjinhos lá no céu.
E Dona Judith... Será que tem cinema no céu?



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Perfil do AutorSeguidores: 5Exibido 212 vezesFale com o autor