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Erotico-->No rugir de um crepúsculo -- 11/09/2004 - 00:57 (Lizete Abrahão) |
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No rugir de um crepúsculo
O tempo, tímido de ilusão,
No relógio marcando palpitante
Como neblina a rasgar imensidão,
Foi-se pra eternidade radiante.
A brisa vendo o nada incendiar-se
Nas bocas de estrelas ardentes
Como clandestina a esgueirar-se
Atirou-se para as nuvens fulgentes.
Moves-te à sombra dos crepúsculos
Farejando noturna impudência
Te desnudas, ritmando os músculos
No fluir do sangue em cadência
Em longo deitar de raios poentes
Nossos corpos se buscam em turbilhão
Dunas e duendes despertam frementes
Na vertigem em que abisma a razão
Quando teus mistérios entrevejo
Ébria me verto como vinho maduro
Sob as garras espantosas do desejo
Sou fera acuada de encontro ao muro
E no rugir dessa noite de cios
Tuas mãos agarram meus contornos
Eriçando meus pêlos em arrepios
Somos nossos próprios adornos...
Faço-me presa nesse caudal que arde
Felina...entrego-me às tuas sanhas
Tal a noite em fogo consumindo a tarde
Incêndios consomem minhas entranhas.
10.10.01
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