O RETRATO(1)
Beijei o teu retrato
com pena de mim.
Ninguém deve amar
assim.
O mal da solidão,
faz tanta gente
amar em vão.
Apegar-se à ilusão,
de um amor impossível.
Isto não é amor,
é mania de sentir dor.
Alguém que não me vê,
que nem me ouve.
Nem notou que eu existo.
Nem por Cristo,
vai me perceber.
Que mania de sofrer!
Estás tão belo no retrato,
Queria te amar de fato.
Um amor saudável,
Genuíno e palpável.
Acariciar o teu rosto,
sentir da tua boca o gosto.
Te tocar,
poder te amar.
Mas, tu és apenas uma foto
no jornal...
Por Vera Linden - março de 2009
Tenho o hábito de observar tudo, pessoas, animais
e até plantas. Ouço (mas, discretamente) e depois escrevo sobre os fatos. Vinha no trem de Porto Alegre para São Léo e duas meninas no banco
da frente, beijavam um jornal, pois lá estava a foto de um ator português(perdão, não sei o seu nome), que faz novela no Brasil e...então surgiu a idéia desta poesia. Lógico que as meninas eram duas saudáveis e felizes adolescentes a brincarem com a foto, mas lembrei de uma colega de escola que era apaixonada pelo cantor Moacir Franco. Ela era muito solitária e nem tinha amigas. Eu e minha melhor amiga, Bia, éramos as únicas a lhe dar atenção. Ela vivia com o retrato do cantor no bolso e o beijava quando era possível. era pura solidão.
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