Hoje choveu muito por aqui. E a chuva de proporções épicas me pegou caminhando pela praia, me encharcando em questão de segundos. O que fazer? Correr para um quiosque ou aproveitar e dar um mergulho no mar do Gonzaga que tanto amo? Tanto fazia, já estava molhado mesmo.
Resolvi continuar caminhando, mesmo correndo o risco de ser cremado por um raio. E ao caminhar, para meu espanto, meu cérebro que vive em total letargia se pós a funcionar. E fruto do seu trabalho, veio uma série de questionamentos.
Como não cobiçar aquela loira pernuda que vinha em minha direção? Por que as mulheres que me conhecem me acham divertido, inteligente e confiável, mas não se apaixonam por mim? Como não pensar em fornicar com aquela morena perturbadora que passara por mim? Como perder essa barriguinha de refrigerante e pizza? Por que chove durante o dia na praia? Deveria chover somente à noite, para que todos pudessem aproveitar o sol. E aí, diante de tantas perguntas importantes e edificantes surgiu mais uma...
Por que ela insiste em jogar xadrez? No tabuleiro da vida ela é uma rainha e eu não passo de um peão. Os movimentos dela sempre me colocam em cheque, no canto do tabuleiro.
Pensando no que fazer para sair da situação, percebi que a chuva aumentara. E saí correndo para tomar uma tubaína no quiosque.
