METAMORFOSE!...
Ana Zélia
Doutor! Não cubra meus olhos!
Palavras ao vento que o tempo apagou.
Hoje, sou um amontoado de papéis, radiografias.
Esqueleto mostrado graças à Tecnologia.
A cada consulta, uma mostra do filme rodado em quase 6.4 de anos vividos.
A “Esfinge” que transmudava conforme a ocasião.
Tornou-se mareados de lágrimas.
Quisera aprender a ler como os cegos, com os dedos.
Aprendizagem difícil a quem tenta mantê-los.
Terei que aprender, o futuro é incerto...
Nesta passagem pela terra, tudo é importante.
O tempo é precioso e não devemos desperdiçá-lo.
Deixamos de ser os “inválidos”, “decrépitos”, “velhos gagás”.
Somos seres humanos, com ISO comprovado.
E preparado para a vida.
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Londrina-PR, 05 de novembro de 2007. Ana Zélia
Este poema tem sua história, ao consultar o oftalmologista em Londrina-PR,
delicadamente me pergunta como estou passando.
Respondo: Ah! Dr. virei um amontoado de papéis,
radiografias, minha vida está toda expressa nos exames.
Sorridente me diz: Por que a Sra. não faz um poema sobre tudo isto,
ninguém nunca me deu uma resposta assim. Escrevi, Metamorfose.
É para o Sr. Dr. Wladimir. Londrina-PR |
