Ficavam ali o corpo nu,
os olhos nus
e a alma,
descarada,
a desnudar-se em esforço constante
de se fazer notar.
Ficava ali a vida como um livro aberto,
mostrando os detalhes da personalidade imperfeita,
o reconhecimento constante da incompetencia.
Ficava ali,
a mostrar-se para que vissem os olhos cegos,
que não viam.
E entao tomava-lhe a tristeza
dos desentendimentos que teimavam em ali ficar
pingentes
pendentes
pungentes
sempre presentes,
a distorcer a beleza
dos sentimentos
e da vida
que sem compartilhar-se
fica desvalida,
sem nexo,
perdida.
22/02/09 |