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Cronicas-->Lua de mel inesquecível! -- 07/06/2005 - 08:10 (Paulo Maciel) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Lua de mel inesquecível!


Esta não é uma história do meu repertório, mas me foi contada pelo amigo Rubens, numa viagem de negócios que fizemos a São Luiz do Maranhão.
Aconteceu com um seu colega de trabalho, e ele jura que o caso é absolutamente verdadeiro!
Seu nome era Coriolano, um rapaz sério, tímido, modesto, com certeza menos de 28 anos de idade.
Cabelo bem aparado, sempre usava gravata por cima de uma camisa branca de mangas curtas. Não fosse o tipo amorenado e baixo, passaria por um americano. No mínimo, por um paulista membro da T.F.P., para tanto faltando apenas o estandarte e o olhar desafiador. Coriolano, na verdade, era baiano, de São Felix, bancário desde os 18 anos. E crente. Protestante. Quase não bebia álcool, não fumava e também não dançava.
Trabalhando em banco oficial, ocupava a função de Supervisor da Compensação de Cheques, no horário das 16:00 às 22:00 horas.
Pela manhã, estudava direito na Católica. Em breve estaria formado e em condições de batalhar para ser transferido para o Departamento Jurídico. Ou à custa de pistolão ou de concurso. De um jeito ou de outro haveria de conseguir o cargo de advogado no Banco.
Era noivo de Juracy, uma sergipana miudinha, calada, mas impetuosa, como ele, protestante.
Conheceram-se na igreja e, grande coincidência, ela também trabalhava em banco. Era Caixa, latada num Posto de Serviço instalado no Centro Administrativo, turno da tarde. Pela manhã cursava enfermagem, vocação herdada da avó, sertaneja braba que, na "Fazenda Soledade" e adjacências, município de Canindé de são Francisco, limites da Bahia, curava qualquer doença e arrancava dentes.
Dona Herminia, a avó, morrera há muito tempo mas lhe deixara um exemplo de coragem e determinação, alem do conselho de não confiar em homens, nem depender deles.
E ela seguiu isso à risca, até quando conheceu Coriolano ,seu primeiro namorado, por quem, mesmo a contragosto, desconfiada e sem jeito, apaixonou-se danadamente.
O namoro sempre foi sério e bem intencionado, ela percebeu logo, e desaguou num noivado convencional: o pedido feito pelo pai do rapaz, Jose Messias, ao tio dela, "seu" Armando, com quem morava no "Largo da Mariquita".
À época, Coriolano teria uns 25 anos.
Noivaram durante dois anos, tempo durante o qual compraram um apartamento do BNH, no Itaigara, e o mobiliaram inteiramente com suas economias.
Davam-se muito bem, entendiam-se às mil maravilhas apesar de temperamentos tão diferentes: ele sempre calmo e equilibrado, ela irrequieta, impulsiva e nervosa. Num ponto, contudo, viviam em conflito: a questão do relacionamento amoroso. Coriolano era muito mais conservador do que a noiva e mantinha-se cheio de cuidados, procurando não "avançar o sinal". Juracy ansiava por experiências completas e estimulava iniciativas mais ousadas ao tímido parceiro.
Mas, não adiantava! Coriolano não passava das preliminares, com beijos e apalpadelas
superficiais que apenas serviam para "aquecer" Juracy. Ela ardia de desejos lúbricos e tinha sonhos eróticos, que julgava imoralíssimos.
O jeito era esperar pelo casamento!
Que chegou num primeiro sábado de dezembro, debaixo de um aguaceiro terrivel.
Casaram apenas no civil, pela manhã, no Forum Ruy Barbosa, em companhia de outros doze casais.
A lua de mel seria passada em Maceió, num hotel de 3 estrelas na "Praia de Pajuçara", recomendado pelo gerente da agência onde Coriolano trabalhava, um simpático alagoano.
Foi uma viagem perturbadora para os dois, sobretudo para Juracy, que ao entrar no avião já estava excitadíssima.
No apartamento do hotel, depois de desarrumarem as malas, não sabiam o que fazer, como iniciar o colóquio amoroso.
Juracy vestiu uma camisola branca, curtinha e decotada,extremamente audaciosa, enquanto Cori usava um pijama sóbrio, de calças compridas .
Começaram a quebrar o gelo tomando uma garrafa de champanha que encontraram na geladeirinha do quarto e a partir daí entraram num frenético ritmo de beijos, chupões, apalpadelas e bolinações, sob a decidida iniciativa de Juracy.
Deitados na enorme cama de casal, tipo americana, o escurinho e a bebida foram os estímulos que faltavam para que a inibição desaparecesse rapidamente.
Jogada ao chão a coberta sob a qual os enfiara o pudor inicial, logo Juracy estava nua. Impaciente, arfante, tentava tirar a calça do pijama de Coriolano mas não achou as pontas dos cordões para desatar o nó. Não pestanejou: correu a mão abaixo da cintura do marido e puxou o zíper da braguilha violentamente.
Foi quando ouviu um grito apavorado de Cori.
Os dentes do zíper tinham mastigado um pedaço da pele, exatamente uma das partes mais sensíveis do seu corpo e aquela que era absolutamente indispensável à função que pretendiam realizar.
E, azar dos azares, qual um anzol, o fecho-ecler fisgara a capa da ponta de sua "lança" .
Acenderam a luz. Coriolano gemia de dor e de vergonha enquanto tentavam, delicadamente, soltar o instrumento.
Juracy pegou uma tesourinha na sua bolsa e cortou o cadarço para aumentar o campo de visão e de trabalho. Mas, não adiantou!
Molhou uma toalha e, gentilmente, pós-se a umedecer a região aprisionada pelo zíper. Nada!
Pediram a presença do gerente ao apartamento e explicaram a situação. Cori estava sentado na cama com um ar de grande desànimo.
Sob o maior constrangimento saíram com o Gerente pelos fundos do hotel, Coriolano vestido com uma camisa, segurando a calça do pijama e sua "peça", enquanto Juracy, caminhando ao lado, tapava suas" coisas" com a toalha molhada.
Foi assim que entraram no "Pronto Socorro" , sob os olhares curiosos e surpresos de todo mundo que estava na portaria e no corredor de acesso à sala de curativos.
A operação não durou muito tempo mas o médico teve que anestesiar a área: é que para retirar o zíper foi obrigado a cortar um pedaço da pele, onde costurou dois pontos.
Embora com a preciosa ferramenta envolta em gaze e esparadrapo, Coriolano saiu vestido decentemente pois Juracy fora ao hotel pegar uma calça para ele.
Para o casal, o pior não foi nem a dor, nem o desconforto, nem o vexame. O pior mesmo é que continuaram virgens por mais três semanas!
06.12.88
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