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Poesias-->Há De Ver Ten Cia -- 21/02/2009 - 15:12 (Sereno Hopefaith) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:130952201910935900
Cuidado garota bem cuidada

Para você não pisar na bola

E terminar terminal

Devorada pelos sonhos

A matéria do agir age

Através deles



A matéria do sonhar

A matéria estelar

É feita de cosméticos e pelos

Aparências, pincéis, sobrancelhas

Espelho



As centelhas dos sonhos, sorrindo

Tem força. Principalmente quando

Parece que você está dormindo



II

Atenção você que pensa

Poder estar sempre em fuga

Sua tez adolescente

A face viçosa sem rugas

Simples e comezinha. Amanhã

No canto dos olhos

Visualizas um pé de galinha



De que vale dizer

Estar mais jovem e conservada

Que seu formol é melhor

Protege-lhe mais do sol

Que o de sua vizinha



III

Talvez estejas longe

Estando aqui dia a dia

Pedes que todos te vejam

Complacente e vadia



IV

Esse seu olhar que tudo ver

Não consegue se mirar

Sua impetuosidade aparente

Seu coração de Dama de Paus

Seus grandes lábios quentes

Em busca de vicejar

Mas a grande noite da mente

Traz surpresas inusitadas

Ninguém te dirá a palavra

De verdade que em te calou

Há sempre alguém a negar

Desfiando, disfarçando, puxando

O fio do tapete em que você voou



V

Você finalmente verá

O lado negro do amor

Não restará um fiapo

O vestido de princesa

A aparência de um trapo

O sapato de cristal

Quebrou. Você não sabe: por quê?

O pára-quedas não abriu

Para sua sorte ou azar

A superfície das águas

Em funil aparou as aparências

Sua queda livre não tem fim

Você não sabe nadar muito bem

Ainda assim você sorriu



VI

Felizmente a praia não estava longe

Você vislumbrou um castelo de areia

Agarrou-se desesperada nas vestes

Distantes do Visconde de Sabugosa

Ex-Marquês de Sade

Seu príncipe metamorfoseou-se

Num lindo sapo de Jade

Atordoada você correu

Semelhante a Alice mergulhou

Num simples saco de gatos

Como se fosse personagem de livro

Lewis Carrol ou Monteiro Lobato



VII

A venturosa volúpia

Te salvou do medo alado

Da morte. Provisória,

Você se rendeu ao chamado

Do eterno-feminino

Desta vez você abriu uma porta

E por sorte todos os seus medos

Calaram-se. A juventude perdida

A autobiografia não-escrita

Os anos de aprendizado.

As forças telúricas

Sombrias te aspiraram.

O nariz entupiu e ainda assim

Você não despertou

Desse pesadelo danado

Você falou de lábios calados.



VIII

Essa viagem não termina nunca?

A mulher se perguntou

Já não tão chegada aos sonhos

Você fez de conta que despertou

Não mais sonhar seria a salvação

A realidade por sua vez refúgio

Insuportável. Lavoura arcaica,tesão

Em meio à plantação de fungos

O bicho da seda perecível

Como se num prato de feijão

Saciou-se da saga das bruxas

Das histórias de fadas. Calaram

As mágoas no fundo do coração



IX

Os anos de peregrinação

De algum modo te afastaram

De seu mais imo âmago

Você adquiriu alguma autonomia

Você se tolerou o gosto amargo

Terceirizou a possibilidade

De viver em harmonia

Desistiu definitivamente

Refutou a obra-prima

A paisagem perdida

A meia-idade em seu interior



TEN

Emergiu da noite profunda

Da maturidade. Se adaptou

Desistiu de estar sempre tensa

De seus sonhos de intensidade

Quis fechar o livro do desassossego

Mas já era muito tarde

E você terá de lê-lo até o fim

Dos tempos. De seu tempo

Até o último dia do extertor

De seu extremo, final, decisivo

Atual e único aniversário.
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