Sobre: Transito de São Paulo
Titulo: Desabafo de um paulistano, corintiano, morador do subúrbio, trabalhador, honesto.....por enquanto.
c.c: Responsável Companhia Engenharia de Trafego.
Prezada Sra. Prefeita Marta Suplicy:
Meu nome é Jose. Minha historia não vou contar, porque senão me tornaria candidato a best-seller. Mas o básico a senhora prefeita, já conhece: moro no final do mundo, virando a direita, onde Judas perdeu as botas. Pra chegar, nem com Guia da Cidade Ultima Versão. Caso a senhoria queira visitar-me, recomendo sair meio dia antes, mesmo se vier de carro importado, modelo 2005, com todos os acessórios e diferenciais disponíveis.
O problema do caminho não é uma pedra. Não está em um lugar especifico, mas ao longo de todo ele. Mesmo que a senhora me de o prazer de visitar-me num sábado, domingo ou feriado em que esteja descansando, não pode esquecer que estes dias não mais existem, porque tudo funciona, mesmo que em horário reduzido. O transito já não é o mesmo da semana, mas nem de longe se iguala a São Paulo de Carnaval, por exemplo, onde as escolas poderiam desfilar sem problemas em plena Avenida Rebouças. Como carnaval é bom, não? Quem sabe possamos nos conhecer e desfrutar de um mesmo camarote no ano que vem( é ano de eleição?)
Trabalho no centro, e utilizo um Monza 86 para percorrer vinte e cinco quilômetros entre minha casa( numa Vila dessas de periferia, que chamamos de Morumbi- mas não é favela, viu...) e o trabalho, e vice-versa no fim do dia.
É naquela Rebouças que começa o problema, porque ao invés de engenheiros de trafego preocuparem-se em fazer o transito fluir, buscam alternativas para faze-lo parar. O cruzamento Rebouças / Faria Lima encontra-se desativado momentaneamente, como se fosse túnel do Anhangabaú que alaga em dia de chuva. É pena que eu não possa utilizar esse viaduto para ir pra casa. Porque ele está melhor que muito caminho alternativo que inventaram para resolver uma possível crise de pânico dos indivíduos, tão grande o volume de carros parados e desesperados para andar.
Nesse desespero meu carro já parou três vezes. E ai ficou sem andar, mesmo. Atrapalhando um pouco mais esse transito tão caótico. E não é o de Vossa Senhoria, que possui alguma beleza pra ser admirada em plena Rebouças. É um Monza 86, vermelho com um triangulo atrás.
Pior que nem marronzinho conseguiu chegar lá para me socorrer, e acabei desistindo e tomando uma lotação, que por sinal andou mais rápido que meu próprio carro.
E a senhora, que vinha dizendo que o numero de Marronzinhos estava maior... De que adianta se eles também ficam presos no meio do trânsito sem nada poder resolver....
Eu não sei se estas obras são de seu conhecimento, eu espero que sim. E espero que o responsável pela engenharia de trafego também esteja ciente do caos que está tornando-se São Paulo. Afinal, quem gastava uma hora e hoje leva duas para chegar ao trabalho saindo meia hora mais cedo- é o meu caso- tem razão no que está falando, não ?
Coloco-me a disposição para que a senhora me acompanhe de meu trabalho até minha casa em horário de pico e assim confira pessoalmente o que estou descrevendo. Se tiver coragem de tomar parte do que acontece de verdade em São Paulo. A verdade contada por mim, o Jose, que como milhões de paulistas, sofre ainda mais com os gastos extras, a começar pelo tempo e terminar pelo conserto do carro - nesta realidade já tão conturbada dos dias de hoje.
Atenciosamente,
Jose( em nome de Pedros, Joaos, Marias, Ricardos, e tantos outros.....)
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