PROSOPAGNÓSICO
FRANCISCO MIGUEL DE MOURA*
Não quero que me tenha como um pobre
Cheio de empáfia, longe, em devaneio.
Vejo tudo em você: cabelo e seio,
Orelha e brinco e a vestimenta nobre.
Foi ontem nosso abraço e a despedida,
Quando jurei guardar tuas feições,
E um minuto depois, sem condições,
Não mais lembrava a face comovida.
Minha imaginação, que escreve e cria,
Tão sem dificuldade, quem diria,
Me esconde os traços de quem tanto gosto!
Isto explica por que minha carteira
Traz de frente sua foto de alma inteira:
Que eternamente eu possa ver seu rosto.
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*Francisco Miguel de Moura, escritor brasileiro, mora em Teresina, Piauí = Brasil. Meu e-mail:
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