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Contos-->AMOR NÃO, OBSESSÃO -- 28/05/2008 - 04:57 (Ivone Carvalho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
AMOR NÃO, OBSESSÃO
(Ivone Carvalho)

Que eu o amei de verdade, é ponto pacífico!

Aliás, jamais escondi meu amor, nem de você, nem de ninguém! Seria impossível você colocar em dúvida tanta dedicação, tanto carinho, tanta entrega. Aquilo nem era mais amor, era obsessão, loucura.

Eu me anulei, apesar de jamais imaginar que fosse capaz disso, para exaltá-lo, fazê-lo sentir-se um deus, um todo-poderoso.

Esqueci de levantar a cabeça e, quem sabe, o dedo em riste, para mostrar-lhe inúmeras vezes o quanto você estava sendo cruel, ora com palavras, ora com atos, tratando-me como se criança eu ainda fosse. Penso que nem criança poderia ser tratada daquela forma, pois elas merecem todo nosso respeito, admiração, carinho e amor.

Porém, fiquei cega ante a pessoa que eu julgava me amar com a mesma intensidade que eu amava. E com essa cortina nos olhos, eu nada mais via senão um anjo protetor, um conselheiro fiel, um homem privilegiado por ser tão querido e muito especial por me amar com toda a sensibilidade que, normalmente, é característica da mulher ou do poeta.

Minha alegria era vê-lo feliz, satisfazer suas vontades, embriagá-lo com poemas que ressaltavam os sentimentos que eu supunha fossem nossos, mas que hoje sei, eram apenas meus.

Meu único sofrimento existia quando você se tornava ausente, distante, frio, justificando sempre de forma a me fazer sentir-me um pouco culpada, porque eu não suportava imaginá-lo sofrendo.

As lágrimas que me fizeram companhia por tantas e tantas noites eram esquecidas tão logo você voltava, me aninhando em seus braços, acariciando os meus cabelos, a minha pele, fazendo-me rejuvenescer novamente, colocando de volta o brilho nos meus olhos.

Todas as desculpas que você criava para justificar suas atitudes, eu aceitava de bom grado, mesmo imaginando, no meu íntimo, que não passavam de desculpas.

Mas o amor que eu sentia, retirara de mim a visão, o tato e a audição. Mais do que isso, eliminara até o meu senso crítico, a minha identidade, a minha determinação.

E, com tudo isso, eu me sentia feliz. Muito! Foram, na verdade, os momentos mais felizes que já vivi, aqueles que passei ao seu lado, transformando-o como parte de mim e sentindo-me a pessoa mais importante da sua vida.

Não sei, mas eu acredito, ainda, que teria sido melhor continuar vivendo aquela ilusão. A verdade dura e cruel matou-me um pouquinho. Necrosou o lado mais bonito que existia dentro de mim, os meus sonhos e as minhas fantasias.

Eu não deveria ter levantado aquela cortina que eliminava a minha visão, nem deveria ter buscado, em momento algum, a verdade que sempre estivera ante mim, mas que eu jamais quis acreditar.

Há verdades que nunca deveriam ser reveladas, mas apenas omitidas, permitindo-se ao tempo que fossem descobertas aos poucos, preparando nossos espíritos, nossos corações, sem a necessidade de se usar palavras duras, que magoam, machucam e tanto nos fazem sofrer.

Que você foi um grande amor na minha vida é ponto pacífico. Mas se fui amada por você, em algum momento, isso eu já não sei!

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