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Artigos-->HOMENS CHORAM? -- 26/11/2002 - 10:47 (Rose de Castro) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HOMENS CHORAM?





Se não choram, deveriam. A maioria deles renegam o choro.

O estereótipo do macho talvez exista desde que a humanidade começou a andar ereta e nossos ancestrais do sexo masculino tiveram de esquecer o medo para disputar comida com as feras. Por qualquer ângulo que se veja a figura masculina, ela continua associada à força e ao poder. Durante muito tempo levou essa grande vantagem por ser a fortaleza que costuma aparentar. Atualmente, os psicanalíticos afirmam que a obrigação de se enquadrar nessa imagem de super-heróis tem sido, na verdade, a grande fonte de angústia masculina.

Esse conceito vêm atravessando os tempos. Não é de agora que os estudiosos da psicologia masculina afirmam que o fardo da onipotência vem sendo carregado pelos homens através dos séculos – embora o aumento da competitividade tenha agravado o problema.

Não é à toa que a angústia do macho tem sido cada vez mais analisada e encarada como questão de saúde pública, com alertas para a deterioração psíquica masculina.

O sexo masculino lidera as estatísticas mundiais de suicídio, de mortes violentas, de envolvimento com álcool e outras drogas. Vivem em média dez anos menos que as mulheres. São mais acometidos por doenças cardiovasculares, crises de hipertensão, diabetes e obesidade.

Em vários países os governos começam a montar centros de ajuda específicos para homens. No Canadá existe o programa de assistência a jovens do sexo masculino. No Brasil, por enquanto, não há uma preocupação institucional com o problema.

A verdade é que cada dia mais crescem as publicações de análise à psicologia masculina e a questão da seriedade do assunto, antes muito pouco discutido.

A grande dificuldade para compreender esse drama, contudo, é que eles vestiram com tamanha competência a máscara da auto-suficiência que não conseguem pedir ajuda. As mulheres costumam considerar-se as maiores vítimas do enigmático comportamento masculino. No entanto, traduzir o pedido de socorro dos homens é difícil até mesmo para médicos e psicanalistas.

A realidade é que os homens têm de fato mais dificuldades de admitir que estão sofrendo, que estão em crise e que precisam de ajuda.

Outro motivo de suas angústias, é a perspectiva de fracassar ou de não conseguir o sucesso. Esses costumam ser os maiores estopins de suas crises. As dificuldades de tomar decisões nos negócios lhes causam opressão, tédio e apatia. O curioso é que muitos ao chegarem ao topo da carreira, procuram especialista por conta da sensação de incerteza e de carência emocional. Enorme o peso do sucesso e grande o preço que pagam por isso, restam-lhes a ausência de realização pessoal.

A grande dificuldade para chegar ao que está por trás das crises masculinas é o temor de parecer frágil e vulnerável. Hoje, já é consenso entre os psicanistas que essa tecla martelada desde a infância é a razão mais óbvia para os homens não se entregarem à diálogos emocionais. O problema é não perceber quanto isso pode ser destrutivo nos relacionamentos. Eles tendem a projetar sobre a parceira a vergonha do próprio desempenho.

Um dos maiores especialistas brasileiros no universo masculino, o psiquiatra paulista Luiz Cuschnir, que há vinte anos se dedica ao estudo da psicologia do homem, considera altamente destrutiva essa vergonha de mostrar os sentimentos essa vergonha e mostrar os sentimentos, sempre mascarada pelo “tudo bem”. A verdade é que a tortura de ter de mostrar que nada o atinge e que sabe tudo de tudo deixa o homem vulnerável a ser flagrado no engodo. Ao esconder os sentimentos, ainda que inconscientemente, ele acaba se sentindo um mentiroso ameaçado de ser desmascarado. Em alguns casos, quando mais maduro, ele consegue se abrir ou é forçado a isso, por circunstâncias da vida. É chegado então o momento onde ocorrem grandes reviravoltas e a conscientização do problema: ao tentarem negar seus sentimentos, os homens enredam-se numa teia aflitiva.

Um dos maiores tabus talvez seja a insegurança. Ela costuma ficar oculta debaixo do exterior forte e protegido. Muitas vezes o que o homem queria era simplesmente não agir ou que outros agissem por ele. Mas ao perceber que está fragilizado, acaba por reagir a esse sentimento assumindo a uma posição mais masculina ainda.

As mulheres por sua vez em busca daquilo à que tem direito no mundo moderno acabam por causar-lhes a sensação de que nunca irão atender às expectativas. Poderosas em cobranças, deixam-lhes praticamente sem opções: Eles têm de ser sensíveis, provedores, fortes, românticos, bem-sucedidos e bons de cama.

O que os homem ainda não entenderam é que eles não precisam ser tão rígidos consigo mesmos. Que pode ser dar ao luxo de pequenos prazeres, como uma caminhada tranqüila, férias em família, um hobby. Não precisam ser potências sexuais nem se cobrar se falham algumas vezes na cama. Que podem aceitar sem vergonha suas fragilidades, que, que, quando reconhecidas, se tornam menos angustiantes do que parecem.

Ah! E vale chorar!!!



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rose de castro

A ‘POETA’

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