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Contos-->O SOL SOB A JANELA (Parte 1) -- 10/05/2008 - 03:40 (Vera Linden) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O Sol Sob a Janela (Parte 1)

Por Vera Linden

Ela o via chegar todos os dias. Trabalhando somente no turno da manhã, tinha esta primazia.Ele chegava sempre pelas 18 horas. Vinha apressado e não se distraia em olhar para os lados, ereto e firme só via a porta de entrada. Quem seria ele ? Um árabe rico disfarçado, um egípcio culto e bem posto na vida? Trabalharia em alguma embaixada ? Seria um agente secreto ? Devia ter uns cinquenta e poucos anos.Com o porte atlético,Corria todas as manhãs, bem cedo no Trianon Park, onde ela também fazia exercícios. Algumas vezes ao vê-la fazia um aceno com a cabeça, mas nunca a cumprimentava de fato. Imaginou que ele devia considerá-la inferior, talvez já soubesse que não era uma européia, mas apenas uma sul-americana. Conjeturas, não devia ser nada disto. Ele, apenas nem notava, que ela existia. Mas, não podia deixar de admirá-lo, tão elegante, as maneiras sérias, o queixo arrogante de quem está habituado a mandar. Ele morava, exatamente sob o apartamento dela. Às vezes ouvia-o escutar óperas, Callas era a sua predileta. Música clássica, seguidamente a Nona sinfonia de Beethoven, Bach, Mozart, Chopin e fados. Ele seria português...de Lisboa? Porto? Ele era de Lisboa, ela apostava que sim. Ela achava-o forte como o sol e quando regava os seus belos gerânios vermelhos na janela, arriscava um olhar para o andar de baixo. Quando ele estava na varanda sentado em sua poltrona confortável,lia por horas, escrevia e ouvia música. Ele tinha uma cabeça bem desenhada, os cabelos negros eram bastos e bonitos.Ela ficava imersa em sua imagem, olhando os seus movimentos, Algumas vezes ficava absorto em seus pensamentos e como que escutando algo. Ela prendia a respiração. Ele nunca olhara para cima, este era seu grande temor, o desconhecido do segundo andar pegá-la em flagrante delito de espioná-lo. Nunca acontecera.
Os meses passaram e certo dia, um fato novo a fez conhecer alguma coisa do misterioso “egípcio”. O Sr. Green, o porteiro, não conseguia entender um carregador uniformizado, que desejava entregar alguns objetos no apartamento do Sr. George, O homem falava em espanhol e português.Ela solícita, lhe ofereceu ajuda. Eram caixas, móveis, objetos para a residência do seu vizinho do andar de baixo, O entregador mostrou-lhe a chave e ela, sendo a síndica-substituta, tinha autoridade para acompanhá-lo. Gratificado e confiante disse-lhe que o chefe gostava do prédio bem cuidado e bem administrado, além do sossego e da boa educação dos vizinhos. Ela sentiu uma secreta alegria, pela boa opinião que ele tinha de todos, inclusive dela. No elevador ficou imaginado como seria o apartamento. Abriu a porta e se deparou com um ambiente elegante, embora austero, mas de grande bom gosto. Móveis clássicos, confortáveis, finos. Sobre um aparador de mármore junto à janela de entrada, uma linda orquídea(uma lelia purpurata) semelhante a que ela tinha e mais plantas, até uma samambaia dependerada estratetegicamente, no canto superior da sala. Os tapetes eram lindos, deviam ser persas.
“- A senhora deve ser a moça brasileira, pois não? Nota-se pelo sotaque!” Ela ficou aturdida, como ele sabia disto? Passou do espanto à pergunta:
“- Como o senhor sabe?” Bem, como lhe disse pelo sotaque, a maneira de falar característica e porque o patrão falou-me que estaria pela tarde aqui e sendo muito prestativa e gentil poderia contar consigo. Acertei, pois não? Ela respondeu ao homem com monossílabos, tal o seu choque. Então ele era português e sabia coisas sobre ela? Que era brasileira. Gentil e prestativa...O coração pulsava, como se tivesse quinze anos. Então ele falava sobre ela, até em seu local de trabalho? Ficou entre o surpresa e um pouco zangada. Porque nunca lhe dirigira uma palvra? Quem era este misterioso homem??

Continuará...
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