Usina de Letras
Usina de Letras
239 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10302)

Erótico (13562)

Frases (50483)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Teses_Monologos-->Na Teleinha da TV -- 23/06/2003 - 21:48 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Se Liga na Televisão
(por Domingos Oliveira Medeiros)



Eu não ligo, mas tu ligas. E eu presto atenção. No final ligamos todos. A nossa televisão. Tempo nublado, ofuscado. Seja inverno ou verão. As chuvas já se anunciam. Começam a cair por inteiro. E já entupiram o bueiro. Muitas pancadas de vento. E chuvas localizadas. Em cima do brasileiro. Barreiras que se despencam. Cai de novo o barracão. Com morte ou sem morte. Cabe indenização. Vai depender da sorte.

Muito calor no Rio. No Sul ainda faz frio. Chove pouco no Nordeste. Menos onde mais precisa. Lá no sertão, no agreste. Vai vivendo o homem forte. O nosso cabra da peste. Março entrou de mansinho. O ano nem começou. E o Carnaval na Bahia. Parece que não acabou. Pois há folia de reis. No Congresso e no Senado. Muita gente já voltou. Ainda fantasiado. Com a roupa bem surrada. A camisa mal passada. E a língua grampeada.

Cuidado com o Leão. Já mostrou a sua garra. Dia trinta de abril. O mesmo prazo fatal. Bem pertinho vem a Páscoa. O Leão é o lobo mau. Mas o bicho da hora é outro. O coelho de chocolate. O coelhinho da Páscoa. É melhor e não faz mal. Cuidado com o seu bolso. Pois estão metendo a mão. E nem anunciam o assalto. Só por causa da inflação.

Os mesmos banqueiros de sempre. Juros altos de montão. O governo faz as contas. Dá logo a versão. A culpa é da inflação. Oito anos sob controle. Escondida no balcão. No posto de gasolina. Por conta do apagão. Sobe o preço do remédio. É amargo e necessário. Assim diz o refrão. Tudo sobe nessa terra. Menos o nosso salário. Não por falta de tesão. Falta vontade política. Falta amor no coração. E ninguém planeja nada. É tudo improvisação.

Dezenas de muitos bilhões. Foi o quanto arrecadou. Cada banco e banqueiro. Por conta dos juros altos. Ganharam muito dinheiro. E pó governo nem se lixa. Pra o povo brasileiro. Viaja por todo o mundo. É isso aí companheiro. E vai crescendo a inflação. Acabou a anemia. A luta se faz agora. Pela sua autonomia. Aol Banco Central interessa. E à toda economia. Dinheiro vai pra Suíça. Ninguém viu, ninguém notou. O Banco Central falhou. Foi criada a Comissão. Projetos e mais projetos. Tudo sem explicação. Cadê o tal Cacciola. Que levou mais de um bilhão? Imagine se o Banco. Já tivesse opinião. Já fosse de maior idade. Como seria a questão? Tudo agora desandou. Sá trinta bilhões de dólares. Que alguém já desviou. Mas ninguém quer se meter. A investigar com apuro. Todos em cima do muro. Pra não se atrapalhar. Com o projeto do projeto. A Previdência Social. A reforma é urgente. Vamos tapar o buraco. Descobriu-se o marginal. Depois de oito anos. Querem enganar a gente. E a culpa, todos sabem. Do déficit e da roubalheira. Como sempre acontece. Como sempre é divulgado. A culpa é do vagabundo. Do servidor aposentado. Que recebe o seu salário. Na forma da lei: integral. Para tanto ele pagou. Toda a contribuição. Não foi ele que sonegou. Se desviaram o dinheiro. A culpa não é do inativo. Aposentado é honesto. Essa é a conclusão. A dívida, se é que existe. Tá bolso do ladrão.

Se liga na televisão. Risco-Brasil sobe e desce. A dívida ninguém esquece. Bem pertinho do pagamento. Da rolagem só dos juros. O dólar desaparece. Para o alto ele cresce. E o bolso dos especuladores. No final assim se aquece. O jornal está furado. E o juro elevado. A culpa é da União. Ou será da Previdência? Tenta a santa paciência! Vamos apertar o cinto. Cortar na carne de novo. O osso já aparece. O esqueleto é o povo. O povo sacrificado. O corte anunciado. Título publico atrelado. Título sem valor na Bolsa. Seu valor é combinado. Basta o banco dizer. Quanto vale o coitado. A Selic foi citada. A conta só faz crescer. Centenas de bilhões de reais. Dados do nosso Tesouro. O crédito também foi cortado. O compulsório aumentado. De 45 para 60. Dinheiro que foi retirado. Da nossa circulação. No Banco Central é guardado. Pra segurar a inflação. Só cantando o pocotó. Segura firme peão.

Só se fala em economia. Emprego que é bom não se fala. Violência organizada. Aqui todo mundo se cala. Fernandinho deita e rola. Muda de casa a granel. Vive só passeando. De avião, sem chapéu. Mora em tudo que é canto. E nunca pagou aluguel. Não há dinheiro na praça. No banco sai pelo ralo. A indústria está parada. Não fabrica e não vende. O consumo arrefece. Mas pouca gente se lembra. E muita gente esquece. O dinheiro tá na Suíça. Em paraíso fiscal.

Pois a fiscalização daqui. Enxerga pouco e mal. E vem ela aí de novo. A temida inflação. Cai de novo a arrecadação. O imposto é levado. E recomeça a questão. Taxa de juro não resolve. É remédio desgastado. inflação não respeita. O doente enfartado. A economia não cresce. A infecção aparece. Investimento apodrece. Por conta da austeridade. Isso é bom, diz o jornal. Mas reclama o industrial. Que não pode produzir. A fome agora é total.

A desculpa é sempre a mesma. Estamos em tempos difíceis. A guerra é iminente. Por conta dessa incerteza. Explica mas não justifica. Israel e palestinos. Já brigam há muito tempo. O problema é que o problema. Parece não ter solução. Dívida externa. Banco Central. Autonomia de operação. Aumento da gasolina. Aumento da inflação. O Poder Legislativo. Atrasando a votação. E toda a legislação. Que precisa ser refeita. Uma grande revisão. Reformas de todos os lados. A começar na política. E também na opinião. E quem é o culpado? Somos nós, os eleitores. Que não temos boa memória. Que erramos na votação. Votamos com a esquerda. Elegemos a direita. Estamos na contramão.

Domingos Oliveira Medeiros
atualizado.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui