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Cronicas-->DA VINCI ENTRE ANJOS E DEMÓNIOS -- 16/05/2005 - 18:59 (Roberto Stavale) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DA VINCI ENTRE ANJOS E DEMÓNIOS

Li, em menos de duas semanas, os dois best-sellers que estão irritando, de certa maneira, a Santa Madre Igreja: Anjos e Demónios e O Código da Vinci, de Dan Brown.
O senhor Brown certamente tem, desde menino, uma afecção extraordinária dos livros de Agatha Christie, Edgard Allan Poe, Conan Doyle, Bram Stoker, com seu maior sucesso O Vampiro da Noite, pois seus livros são banhados em sangue; e outros autores de romances policiais e de suspense. Também deve ter assistido milhares de vezes aos filmes de Alfred Hitchcock, a série inteira de James Bond e Indiana Jones, somados aos Frankesteins, múmias e monstros. Quando criança e jovem, deve ter estudado em colégios católicos, pois até hoje sofre as consequências das lavagens cerebrais recebidas.
O resultado é uma das maiores saladas mistas literárias já publicadas.
A complexidade imaginativa da ficção bizarra, levada aos leitores através de um coquetel de informações desprovidas de consenso, prende os incautos, levando-os a crerem nas instituições e conceitos do neomedievalismo pagão e religioso recriado em suas páginas.
A leitura é, sem dúvida, dinàmica e flui rapidamente. Mas os encontros e desencontros de seus roteiros são tão simples e coloquiais que não é preciso muita inteligência para saber os acontecimentos dos capítulos seguintes, principalmente os patéticos e nada surpreendentes finais dos seus romances.
Enfim, livros comuns que não passarão para a posteridade da literatura. Obras simples, como as escritas por Mark Twain, narrando as inesquecíveis aventuras de Tom Sawyer e seu amigo Huck, ficarão! Dan Brown decerto permanecerá nas condições de E o Vento Levou - assim o vento levará mais dois best-sellers à prateleira do esquecimento.
Considerem esta crónica uma pitada de sal ao fundamentalismo arcaico da Igreja Católica Apostólica Romana, adicionada a uma colher de açúcar ao mórbido e acerbo humor negro de Dan Brown.
O Vaticano vem dando muita atenção a estas aventuras triviais que abordam temas históricos milenares e envolvem a primeira Igreja de Cristo.
É melhor pensar e analisar melhor o assunto.
Antes de decidir o que fazer com os livros, lembrem-se de quantos seres humanos, durante a Inquisição, foram queimados vivos por discordar e escrever temas contrários aos ensinamentos da Falsa Verdade. Milhares de artistas, escritores, cientistas, pensadores e outros que tentavam fazer o que Dan Brown faz hoje apodreceram nos cárceres da Igreja ou foram condenados à morte, julgados pelo Santo Ofício.
Não vamos nos estender, mas apenas lembrar as bibliotecas que, por atestar outras culturas e religiões, foram destruídas pela censura vaticana, até hoje camuflada em congregações como a da Doutrina da Fé.
Se, através dos tempos, estas preciosidades perdidas tivessem sido lidas e interpretadas por médicos, cientistas, historiadores, cartógrafos, navegadores e outros que discordavam das exigências da Igreja, o mundo atual estaria adiantado uns duzentos anos. E é bem provável que muitas doenças não existiriam mais. Estaríamos dominando, de maneira assustadora, as tecnologias de ponta e conquistando boa parte do espaço sideral, conhecendo assim outros seres criados por Deus.
De maneira espantosa, ao invés de diminuir a vendagem dos livros de Dan Brown, a Igreja, com suas sugestões aos fiéis para que não leiam tais heresias, simplesmente contribui para aumentar a venda de ambas as obras.
Assim ficam as perguntas:
Esse protesto é válido para manter o status quo, ou simplesmente estão querendo participar do resultado da venda dos livros?
Por que não foram execrados, entre milhares de livros escritos nestes últimos quinhentos anos, aqueles que sutilmente atacaram a Santa Madre Igreja? Afinal, pouquíssimos foram proibidos!
Medo do quê e de quem?
Entre o final dos anos 40 e até a metade dos anos 50 estudei em colégios religiosos, um de freiras e outro de frades franciscanos. Nos quadros de avisos das duas escolas havia uma relação de livros e filmes permitidos e proibidos. Sempre a inquietação da Inquisição!
Não é preciso filosofar muito sobre o passado dominante da Igreja para saber que, apesar de doutrinadora e senhora de bons exemplos sociais, ela foi a grande inovadora em povoar o céu com as nossas almas em troca de indulgências, dinheiro, bênçãos e outros aparatos. O menor país do mundo é o Estado do Vaticano. Mas, em contrapartida, é dono de uma das maiores fortunas deste mesmo mundo.
Mesmo sabendo das simulações imaginárias de Dan Brown, certamente onde há fumaça há fogo!


Roberto Stavale
São Paulo, 04/05.-
Direitos Autorais Reservados®

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