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Contos-->Cidade de Onan -- 18/04/2008 - 11:26 (Marcelo Santos Costa (Marcelo Tossan)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cidade de Onan



Cidade de Onan




Numa noite de sexta-feira, Olimpio chegava da rua e mais uma vez bêbado, foi tomar um banho de recuperação, naquele banheiro imundo. Aproveitava sempre essas ocasiões do banho
para pôr pra fora o que estava acumulado, no seu caso era o acúmulo de esperma, que às vezes o deixava com o saco inchado, roxo e doendo.
Praticava o seu onanismo e o sêmen escorria ora pela privada (quando dava na cabeça de gozar nela) ora pelo ralo, grudando nos cabelos soltos de sua irmã e mãe.
Olimpio estava com dezoito anos e sua casa ficava na periferia, bem longe do centro, atrás tinha um pântano que servia de depósito de dejetos de banheiros, lixo e entulho.
Havia também água espumada de xampu, sabão e dos detergentes das pias que misturadas a gordura,sujeiras das louças,creolina, desinfetantes e outros produtos químicos para limpeza pesada.
Era uma casa que ficava na última rua do bairro e era a penúltima da fileira que dava pra avenida.
Certa vez em 1978 um pedaço de um objeto não identificado caiu no brejo e foi um deus nos acuda daqueles. Até hoje o povo diz se tratar de um OVNI, outros que foi um pedaço de turbina de avião, os jornais da época fizeram uma reportagem bem superficial sobre assunto, dizendo que era apenas lixo espacial. Uma revista de Ufologia relatou que era um pedaço de um OVNI de um planeta distante um mês depois a revista foi fechada pela censura por calúnia. Mas depois da queda do muro de Berlim um agente da KGB (revelou a suposta verdade em uma matéria a uma revista russa chamada Svertcovsk editada pela editora RIA Novosti. A matéria diz se tratar de um pedaço do Kosmos 955 um satélite russo que fazia parte de um projeto secreto do governo. Ele revelou que o pedaço que caiu tinha um terrível agravante: continha um reator nuclear compacto, usado para gerar a energia necessária para o seu funcionamento. Lançado em 18 de setembro de 1977, durou pouco: em janeiro de 1978, o aparelho e seu conteúdo radioativo despencaram sobre o sudeste do Brasil, espalhando dezenas de partículas radioativas sobre uma área de 3 quilômetros quadrados. Felizmente, era uma região pequena e ninguém foi atingido e as autoridades conseguiram evitar a contaminação dos moradores. O rastreamento dos destroços radioativos e a proteção à população contra a contaminação radioativa mobilizou homens, carros e helicópteros, mas apenas 0,1% do material radioativo vazou. O caso foi arquivado e protegido por segredo de justiça e quase custou um incidente diplomático entre Rússia e Brasil, pois os técnicos russos foram proibidos de entrar no Brasil para recolher o pedaço do satélite e como o Brasil era parceiro dos EUA, foram os técnicos americanos que recolheram e analisaram. Logo após o pântano a mais ou menos cem metros, existia um esgoto que desembocava numa represa já preta e fétida. O esgoto passava por baixo de uma ponte que era da avenida asfaltada. Os espermas de Olimpio faziam mais ou menos o percurso dos canos, indo parar bem no meio pântano.
Era lá que se encontrava um habitat de sapos, rãs, preás, ratos e insetos. E eis que a natureza com seus caprichos, relaxos e vinganças dá vida a algo inusitado. Explico, os espermas de Olimpio foram parar nesse habitat, levados por uma forte chuva que caíra na região e era também a época do cio das sapas. Um acidente genético aconteceu inesperadamente quando uma das sapas sentou num esperma que entrou pelo seu aparelho reprodutor (ah buceta!!! Entendeu?) a fecundando. Logo em seguida um sapo também a copulou. Depois de 33 dias a sapa deu luz aos girinos e também a uns seres humanos microscópicos. Eles eram semelhantes aos seres humanos, só que revestidos de pele de anfíbio, as mãos eram uma mistura de humanas e anfíbios, com uma cartilagem entre os dedos e os pés eram de sapos com nadadeiras, os olhos eram desproporcionais e a língua era de sapo. Só que nesse habitat dos sapos havia mais de trinta sapas no cio e como sabemos uma colher de espermas é capaz de engravidar mais de trezentas mil mulheres imagine o desastre ou sorte (há uma teoria que diz que os espermas estavam espalhados na água do pântano). Pois é, todas as sapas deram a luz na mesma semana e os seres humanos (vamos chamá-los de Esparcas) nascidos tinham agora uma segunda luta para sobreviver. Pois os girinos sentiam a presença desses Esparcas e iam engolindo todos que encontravam pela frente. Assim, alguns sobreviveram nas bolhas de sabão que desembocaram no esgoto, folhas ou até mesmo o vento. As mães sapas os abandonavam a própria sorte. O interessante é que eles já nasciam com dezoito anos, ou seja, já andavam e eram inteligentes. A primeira leva e grande maioria de Esparcas que sobreviveu se instalou embaixo da ponte em que o esgoto passava por baixo. E nos dias subseqüentes num trabalho coletivo, salvaram vários Esparcas que passavam em bandos, ora em folhas caravelas, garrafas plástica, nadando e teve até um bando que veio nas costas de uma rã. Assim, embaixo dessa ponte surgia uma comunidade, a comunidade dos Esparcas.Você deve estar se perguntando e as enchentes? Eles por puro acaso fizeram sua comunidade/cidade nas fendas da ponte, a meia altura das pilastras de sustentação que saia numa parte oca, numa espécie de estufa. Eram em mais ou menos dois milhões e duzentos e cinqüenta mil Esparcas. Como não eram vistos a olho nu, conseguiram certa segurança perante aos humanos. Alimentavam-se basicamente de folhas como a chicória, hortelã, frutas em geral e alguns tinham predileção por moscas, hortaliças e frutas em estado de putrefação. Por incrível que pareça nascia chicória e Marias-sem-vergonha e outras vegetações dentro dessa rachadura em que fizeram sua comunidade, trespassava luz e tinha muita terra que fora trazida por uma colônia de formigas que vivera ali há alguns anos. Quando tinha alguma carniça por perto e alguma mosca morria em razão do sol ou outra causa, essa mosca servia de almoço pra mais de trezentos Esparcas por um ou dois dias. Eles eram ótimos nadadores e grudavam em qualquer lugar e se locomoviam como aranhas, talvez seja essa a razão de muitos terem escapado com vida. Aliás eram anfíbios por natureza. Sua comunicação era feita verbalmente numa mistura de português arcaico e coaxares estranhos, eram linguagens hereditárias em seus subconscientes. Eles só tinham um problema, estavam fadados a extinção. Apesar de existirem tanto Esparcas machos e fêmeas eles nasceram com uma anomalia que era a esterilidade geral. Eles não se reproduziam e o tempo de vida estimado era de cinqüenta anos (devido a derivação do cruzamento da raça humana com a dos Anuros). Sua civilização evoluíra bastante em cinco anos. Fizeram um sistema de irrigação e moradia bastante eficientes. Eles estavam numa época que se fôssemos comparar com a nossa história corresponderia a era do homo-sapiens. Só que eles evoluíam cem vezes mais rápido. E nesses cinco anos descobriram a roda, o fogo e já estavam bastante adiantados em relação a energia elétrica que seria gerada através da energia eólica. Começaram a fazer missões de reconhecimento, descobrimento e pesquisa. Os mais sábios acreditavam que existia em algum canto ermo daquele esgoto ou da represa uma outra comunidade perdida de Esparcas. As missões muitas vezes eram sem volta, simplesmente esses Esparcas corajosos subiam num pedaço de folha de alguma planta e em bandos de vinte e no máximo trinta iam de acordo com a correnteza do córrego. E iam parar a esmo no meio da represa Billings. Tinham que lutar contra bactérias voadoras, plânctons assassinos, peixes curiosos, inanição e se chovesse granizo poderia ser fatal. Outra razão de temerem a chuva era que com as enchentes eles seriam levados embora, mas como eram ótimos nadadores raramente morriam afogados, tinham fôlego de meia hora submersos. Certo dia um grupo em missão conseguiu algum resultado e ficou observando uma família que pescava na beira da represa. Era uma família de quatro humanos, o pai , a mãe e o casal de filhos. Por causa da brisa leve que soprava a folha sem parar, conseguiram atracar por alguns segundos numa alga flutuante chamada orelha de rato, mas quatro Esparcas não conseguiram e foram levados embora com a caravela folha. Um dos tripulantes fez uma observação.

- Capitão Eisen
- Sim soldado Paazat
- Segundo uma lenda antiga do ano 002, esses seres parecem os descritos numa passagem do grande livro Esparcano, em que seres gigantes invadiram à noite a comunidade Esparca e fugiram sob estrondos*.

*Essa lenda tratava-se de um episódio em que dois ladrões para fugir da policia se esconderam embaixo da ponte e saíram correndo dos tiros.

E pulando para um alface d´água eles chegaram na beira da represa e entraram numa bolsa. Passaram ali o dia inteiro e dez morreram esmagados quando uma mulher colocou umas peças de roupas e copos de vidro dentro.
A tardezinha a família foi embora e voltou pra casa. Os Esparcas estavam exaustos e famintos, quando sentiram que chegaram com o parar do balouçar e um forte baque da bolsa sendo jogada num canto qualquer da casa. Colocaram a cabecinha pra fora e viram um lugar estranho, era a cozinha. E tiveram que atravessar quilômetros de cozinha até a lixeira onde se encontrava um bagaço de laranja (que pra eles daria um banquete). No caminho quase foram pisoteados pela dona da casa. Teriam que arrumar agora um lugar seguro para se instalar. E saíram a procura e chegaram a um lugar onde havia um quintal com jardim e árvores. E atrás de uma pedra fizeram seu QG. Comida não era problema, a dez quilômetros esparcos dali (cerca de 5 metros) existia uma horta e uma ameixeira. Sobraram dos de vinte e cinco tripulantes esparcas apenas onze. E ali trocavam idéias entre si sobre o que fazer e como agir. Estavam em dois cientistas (Skinghaw e Seinenit) quatro soldados (Cafi, Raguev, Skitrot e Paazat) um capitão (Eisen) um navegador(Clocmoob) um agricultor (Mghinad) um geneticista(Wardin) e um pesquisador histórico (Nalodero). Já se passara uma semana e a saudade dos semelhantes era grande, tinham que achar um sentido pra aquilo tudo. E começaram a propor metas e objetivos para o próprio futuro e sobrevivência.
Primeiro teriam que arrumar um jeito de voltar pra casa, mas não sem antes levar provas da missão.
Não seria nada fácil, estavam completamente perdidos, nem mesmo Clocmoob o navegador tinha noção de onde estavam.
Começaram primeiro por fazer missões na própria residência em que estavam. Era um sobrado e talvez peregriná-lo por completo levaria mais ou menos sete meses. Teriam que arrumar um jeito de se dividir e depois de no máximo trinta luas se encontrarem no QG. Poderiam morrer pisoteados, teriam que correr esse risco e correr contra o tempo. Certo dia o soldado Raguev quase morreu intoxicado por um desinfetante que passaram no chão da cozinha e esses produtos eram mais uns dos riscos a suas vidas. Dividiram-se em dois grupos; um de cinco chamado grupo alfa (dois soldados Raguev e Paazat, pesquisador histórico Nalodero, um cientista Skinghaw e o agricultor Mghinad) que iria ficar com a parte debaixo da residência no caso a cozinha e a sala. O outro grupo formado pelo restante foi chamado grupo beta ( o capitão Eisen, dois soldados Skitrot e Cafi, o geneticista Wardin, o outro cientista Seinenit e o navegador Clocmoob) ficariam com a parte de cima do sobrado no caso o quarto do casal o quarto do filho, o quarto da filha, corredor e o banheiro. Despediram-se com abraços e promessas de honra, força e fé. O grupo alfa teria mais facilidade pelo terreno e por ficar mais próximo da cozinha enquanto o grupo beta teria que subir as escadas. Então o grupo beta tratou de se reunir pra ação número um, como subir as escadas? Degrau por degrau iriam perder muito tempo e era muito perigoso. Então o capitão Eisen sugeriu uma tática, teriam que grudar no tênis do rapaz, pois esse subia de hora em hora ao seu quarto. Foi o que fizeram enquanto ele fazia um lanche sentado no sofá, em seguida o rapaz subiu as escadas, parou no seu quarto sentou na beirada da cama lendo uma revista. E todos desceram e foram pra um canto do quarto. O capitão Eisen procurou um lugar mais seguro e ficaram embaixo da cama passando o dia ali. O cientista Seinenit fez uma observação numa reunião que estavam fazendo.
– Vocês não repararam nada?
– O que Seinenit? – perguntou o capitão Eisen
– Esses seres, principalmente o que foi usado como nosso transporte...
– O quê?...- disse Clocmoob
– Esses seres são parecidos conosco nas feições.
– Segundo meus conhecimentos em gêneses, eles poderiam ser o nosso elo perdido ou até a chave da nossa origem - acrescentou o geneticista Wardin.
– Se vocês repararem, nossa raça se parece fisicamente e nas feições mas não somos idênticos salvo exceções de gêmeos...completou Seinenit
- Onde você quer chegar com essa afirmação?...perguntou Cpt. Eisen
E a discussão, dúvidas e teses continuaram...

Enquanto isso na comunidade Esparca embaixo da ponte a vida continuava com aquela impressão de que “nunca ninguém tinha conseguido voltar de uma missão”. Estavam vivendo uma espécie de guerra interna por poder e pelo trono. O rei Esparcatus tinha morrido na última tempestade de granizo, onde mais de mil Esparcas morreram. E a escolha do novo rei Esparcano iria ser numa prova de coragem pois não havia nenhum descendente do rei. Quem trouxesse um pedaço do rabo de girino de sapo dourado seria o novo rei.
E mais de cinqüenta Esparcas guerreiros se candidataram. Os girinos de sapo dourado só eram encontrados perdidos na correnteza do esgoto, era raro e dificílimo encontrar e capturar um, além do mais eram imensos em comparação aos guerreiros. E na tentativa muitos foram levados pela correnteza, os que sobreviveram voltaram para a cidade e reclamaram da idéia estapafúrdia de como se escolher um rei. Quem tinha dado a idéia era um guarda do rei e ex-guerreiro que tinha perdido a perna numa batalha com um bacilo superdesenvolvido. Os Esparcas que sobreviveram juntaram-se e num atentado armados de punhais e espadas mataram-no e se autoproclamaram reis numa conspiração.
Dividindo a cidade em treze territórios independentes. O mais forte e maior era o território central que se chamava Comunidade Esparca Central - CEC. Os novos governantes estavam interessados em poder e em mandar no povo Esparca.
Um Esparca que era teórico e sábio chamado Leligau foi morto porque sua “tese dos tremores que ocorriam no habitat Esparca” dizia que se tratavam de gigantes meios de transportes que passavam em cima da ponte e tremiam. A maioria acreditava que o fim e o limite do seu universo era o concreto da ponte e que além dali não existia mais nada. Outros cientistas que tinham outras teses calaram-se e renegaram suas verdades por medo de morrer.
Os cientistas pediram uma reunião urgente com os novos líderes, os chamados senadores.
Os cientistas explicaram a importância das missões e das pesquisas para o futuro Esparca.
Eles calculavam que restavam cinqüenta anos de vida e por serem estéreis não haveria uma continuidade de geração.
Os senadores não acreditavam nisso e repugnavam as idéias dos cientistas às vezes mandando prender e matar muitos deles. Os mais fanáticos espalhavam a idéia de um ser superior que não os deixaria morrer.
Um ser perfeito que iria chegar até Esparca e salva-los, esse ser se chamava Anfibius.
Os cientistas sabiam que isso era pura ilusão e se não descobrissem rápido uma maneira de se reproduzir iriam ficar velhos e entrariam em extinção.
- Como você pode provar isso? Nós nunca tivemos uma morte por velhice só saberemos se isso é verdade no dia que ficarmos todos velhos. Indagou o senador Ranfroc.
- Você tem razão! como a comunidade Esparca nasceu no mesmo ano todos aqui morreriam na mesma época...Respondeu o cientista Freu.
- E qual é o porque das pesquisas – perguntou Senador Rehilt.
Segui-se um debate entre Freu e Rehilt :
- É simples! para o futuro de nossa raça, foi com pesquisa que descobrimos o fogo, a roda, os elementos minerais que contém o nosso chão, como ferro, carvão etc...para alimentação e para doenças ...
- Doenças! Que doenças?
- O senhor não sabe mas eu já vi casos de Esparcas morrerem do nada, com fortes dores no peito e falta de respiração e precisamos pesquisar para saber do que se trata...
- Seu herege! prendam esse louco!
Somente duas regiões (Espurka e Diato) ousam desafiar os senadores e rebelam-se contra as leis impostas.
Eram Esparcos a favor das pesquisas e missões.
O senador Rehilt que era o chefe dos senadores e comandava a CEC falou que se eles queriam missões e pesquisas, iria colocar todos em caravelas folhas e soltá-los em alto esgoto.
Seguiu-se assim uma guerra sangrenta pra derrubar esses esparcas rebelados. O povo estava amedrontado. Mesmo a causa rebelde ganhava força e já tinha mais de Cinquenta mil adeptos. Esses rebeldes conseguiram se juntar fundando assim a cidade de Onan que era toda cercada como um forte. Em várias ocasiões tentaram invadi-la e todos que se aventuraram foram derrotados.
O grande líder de Onan era Hosyehau, um sábio que tinha ao seu redor os melhores cientistas.
Eles ainda tinham que resgatar e por a salvo os outros cientistas que são prisioneiros ou estão vivendo clandestinamente fora das mediações de Onan. Teses foram queimadas juntamente com seus autores em praça pública e seitas de fanáticos por Anfibius pipocavam em toda cidade.
Os esparcas estavam chegando involuntariamente perto da civilização humana. Sem ao menos conhecer o que se passa no mundo humano, inconscientemente estavam cometendo os mesmos erros. Deve ser algum desvio de DNA.
Irracionalmente estavam se humanizando. E até hordas de esparcas praticavam atentados em Onan infiltravam-se e matavam, destilando o ódio e o terrorismo. Só tinha um problema, o derramamento de sangue não levava a nada, a cada esparco morto não nascia nenhum, dizimando assim a própria raça. De Dois milhões e Duzentos e cinqüenta mil do começo da vida em esparca em cinco anos já morreram mais de cem mil.

Voltemos agora aos nossos aventureiros perdidos.
O grupo alfa enfrentou esses dias um temporal químico, era final de semana e a dona adorava limpar a casa e usava cândida, cera, vassoura de pêlo, desinfetante, jatos d’água etc...
Já na parte de cima a dona usou dessa vez algo mais eficiente.
- Estão ouvindo - disse Skitrot
- Eisen - Sim ...é ensurdecedor...o que será?
- Skitrot - Não sei, melhor corrermos pra um local seguro...
Nesse momento eles correram, mas Cafi é puxado pra trás.
- Socorro!
É sugado por um aspirador de pó, entrou pela mangueira e foi parar no meio da sujeira no filtro.
Seus companheiros foram o salvar e pelas frestas de ar do aspirador entraram e gritaram por ele.
O avistaram desacordado coberto de pó e muito machucado de repente a mulher voltou pra pegar o aspirador e leva-lo de volta pra baixo. Estava muito longe não daria tempo de resgata-lo e pularam deixando pra trás o companheiro, nunca mais o viram de novo.
Apesar de tudo a equipe beta estava prestes a fazer uma grande descoberta.
Eles depois de vinte e três dias chegaram ao banheiro onde se depararam com algumas cenas que iriam trazer-lhes a certas conclusões. Simplesmente o rapaz que ali residia estava tomando banho, ficaram então os esparcas escondidos dentro do rolo de papel higiênico para se proteger dos respingos quentes do chuveiro. E observando o banho do rapaz eles viram o mesmo masturbando-se. Logo após saiu e o geneticista Wardin recolheu uma amostra daquele esperma (o sangue da vida) e colocou num recipiente especial (o cálice sagrado) aliás os cientistas também recolhiam amostras (detergente, cândida, veneno de spray etc...) e faziam anotações. O navegador Clocmoob precisava subir até a janela para olhar lá fora e tentar se localizar. Foi o que aconteceu subiram pela mangueira do chuveirinho chegando no topo do chuveiro mas como pular de lá até a janela? A missão tinha infelizmente falhado. Só havia uma alternativa teriam que levar mais algumas horas pra descer dali e aguardar uma outra oportunidade. E por ironia do destino a chance aconteceu logo pela manhã do dia seguinte quando deixaram um rodo no banheiro. O rodo estava encostado na parede e o cabo alcançava um pedaço da janela que era bem baixa. Teriam que esperar a água abaixar um pouco ou enfrentar e tentar caminhar nas partes secas dos azulejos adentrando assim num verdadeiro labirinto e além do mais enfrentar o risco de alguém chegar e tomar um banho. Clocmoob ficou ali olhando pro horizonte durante umas duas horas e fazendo cálculos e mais cálculos, chegou ao seguinte resultado: era possível que ali à frente na parte em que o pântano decrescia, havia um córrego e que esse córrego poderia ser o mesmo que passava perto da comunidade esparca, o cheiro de xampu era uma pista.
Mas como chegar até lá e como avisar os outros companheiros eram apenas alguns dos imprevistos da missão mal programada. Pois teriam que se arriscar pra voltar ao local de encontro que era no seu QG no quintal.
Resolveram que apenas dois voltariam pro local de encontro e avisariam o restante e voltariam em no máximo duas semanas. Só que tinham mais problemas, se pra subir foi dificílimo e outra oportunidade daquela seria rara e como iriam esperar duas semanas sem comer. O capitão Eisen avistou do lado de fora do vidro uma teia de aranha com duas moscas grudadas, pronto, se fosse por comida teriam uma chance. Mesmo assim a decisão acertada foi essa, tinham que aproveitar o rodo ainda ali. Voltaram o soldado Skitrot e o cientista Seinenit. Enquanto os outros teriam que escalar o vidro e chegar do outro lado e tentar escalar a teia de aranha cortar as teias que seguravam uma das moscas mortas e torcer pra aranha não vir pra jantar. Foi o que aconteceu depois de mais de seis horas serrando as teias a mosca caiu lá de cima. E a aranha estava saciada por que já tinha comida a outra mosca. Com a queda, quase a mosca foi parar lá embaixo, parou numa pedrinha e ficou bem na beirada.
Apesar de Clocmoob e Wardin serem vegetarianos, teriam que se alimentar daquela forma.
Já a equipe alfa escapou ilesa das cândidas e desinfetantes entrando embaixo da geladeira e se escondendo nas peças.
A equipe alfa só tinha descoberto que se fosse pra eles saírem dali teriam que seguir o caminho inverso do QG e tentar uma fuga pelo quintal.
Nalodero deu uma idéia, pois reconheceu as varas de pescar num canto da casa, bastava ficar ali e no dia em que pegassem as varas voltariam pro lugar de onde vieram.
- Mas Skinghaw colocou sua tese por água abaixo depois de explicar que a represa era imensa e voltar esgoto acima seria esparcamente impossível.
Dentro de mais duas luas iriam voltar para o local combinado. E se tudo corresse bem era a conta de chegar ao QG, a referência era a pedra.
O soldado Skitrot e o cientista Seinenit penduraram-se num ácaro e jogaram-se da escada chegando com segurança no chão da sala e seguiram para o QG.

A cidade de Onan sofre uma forte ofensiva das forças da CEC, que destruíram parte do cercado matando vários esparcas rebelados, esses com muita garra expulsaram os soldados inimigos e trataram de reconstruir os muros. Uma outra cidade se junta a Onan contra os conspiradores era a cidade Espurka do senador Dôo com mais ou menos quarenta e dois mil esparcas que estão do lado do seu soberano e prontos pra lutar pela liberdade. Restavam nove cidades ainda comandadas indiretamente pelo senador ditador Rehilt.
Eram elas: Dafal comandada pelo senador Sonsilimu
Fusno comandada pelo senador Sarce
Henvi comandada pelo senador Huriclih
Cian comanda por Jukubi
Tene comandada por Talnis
Rádiz comandada por Nilen
Diato comandada por Veloronts
Tafeisão comandada Tocasi
Corilis comandada por Takn
E a CEC comandada por Rehilt

Essas dez cidades tinham em comum o culto Anfibius e quem fosse contra ou não tivesse devoção total, era preso ou morto. Todos eram obrigados a parar ao meio dia para orar durante dez minutos para Anfibius e a todo mês fazer trabalhos para construir os templos. Muitos eram obrigados a sair de onde moravam expulsos por soldados para no lugar de suas casas serem construídos templos e altares de sacrifícios. Já na cidade de Fusno estava surgindo um problema, pois mais da metade da população de um total de dez mil acreditavam num outro Deus chamado de Anuros e os Anfibiusélicos estavam precisando de ajuda externa para combater os simpatizantes Anurenses ou os hereges como eles diziam. Só que Suburt ex- colaborador do senador Sarce é quem estava por trás dos devotos de Anuros. E conseguiu invadir o castelo estrangulando-o juntamente com sua esposa Claotepra tomando assim o trono Fusno.
A população devota de Anfibius estava abandonando a cidade e se refugiando em Henvi e Cian.
Só que Fusno estava neutra nessa guerra e não consideravam aliados os rebelados de Onan por considerá-los ateus. Então o senador Rehilt sabendo da neutralidade decidiu só se preocupar com eles depois da vitória contra os rebelados.
- Rehilt disse consigo mesmo – Depois nós damos o massacre como prêmio ao traidor Suburt!
Já as cidades de Tene e Corilis entraram em conflito por conta de uma parte de direitos de pesquisa.
Tudo começou quando um pesquisador (Edrake) juntamente com seu grupo descobriu uma fonte de combustível, a fonte surgiu em razão do passar dos anos e vários vazamentos de óleo e gasolina dos automóveis que passavam por cima da ponte, esse material penetrava no asfalto e ficou retido em bolsões de ar e falhas do concreto. Esse pesquisador descobriu e trouxe amostras para pesquisa, até que descobriram que aquilo era inflamável e de muita serventia para o futuro. Só que Edrake é de Tene e o território de pesquisa faz fronteira com Corilis então o senador Takn exige que as pesquisas sejam feitas pelos seus técnicos e pesquisadores.
Rehilt com seu poder e inteligência decidiu que os bolsões fossem divididos em dois, cada cidade pesquisa o seu lado e os resultados mandados a CEC.

Voltando ao quintal:

Skitrot e Seinenit chegaram no QG e ficaram preocupados com a ausência dos outros.
- E agora Seinenit?
- Esperemos duas luas e infelizmente vamos embora, deixemos apenas algumas coordenadas e uma mensagem.
E lá ficaram a esperar e enquanto isso a equipe alfa voltava andando pelos cantos da casa e já estavam próximos a cozinha. O restante da equipe beta passou por uns maus bocados enfrentando uma ventania. Se não fosse uma bola de teia de aranha em que eles se protegeram estariam a voar a esmo na atmosfera pra sempre. Ficaram sem a comida, o vento levou a mosca morta pra bem longe, teriam que agüentar uns três dias sem comer, a sorte é que a mosca era rica em gorduras e eles alimentaram-se muito bem.
Uma lua depois, chegou ao QG a equipe alfa, abraçaram-se emocionados e perguntaram se tinha acontecido algum acidente com o restante da equipe beta.
Seinenit tratou de deixar todos a par da situação e explicou o plano.
Descansaram e decidiram partir ao anoitecer, tinham percebido que à noite é mais sossegado.
- Seinenit disse: E o povo esparca como deve estar hein?
- Raguev – Devem estar seguindo a sua vida e...
- Nalodero – Acho que eles estão esperando a volta dos missionários na esperança das gerações futuras...
- Paazat - Seremos heróis, quem diria...
- Skinghaw – Primeiro salvemos nossas peles e saímos desse casulo depois pensemos em medalhas.
Ao cair da noite partiram, o soldado Raguev opinou um atalho pelo fio da antena da televisão, foi quando Seinenit reconheceu o fio que viu na parte de cima no quarto do rapaz. Era uma tentativa válida, a brisa era branda e o a noite estava agradável sem sinal de chuva.
Subiriam pelo ferro da antena até onde desse para desviar para o fio e segui-lo até a tv.
Chegaram na televisão na parte da manhã e de lá partiriam para o banheiro, Skitrot já sabia qual esquema usar entrar no rolo de papel higiênico e esperar alguém encostar rodo. Esperaram e ficaram um dia sem que o rodo parasse no local correto. O papel higiênico rodou até que acabou e o homem trocou o rolo jogando o que restou no lixo do banheiro. Agora outra espera, teriam que subir até a tampa e quando alguém abrisse teriam que sair. Foi o que aconteceu e como o rodo nunca parava no lugar e estavam já no limite teriam que agir rápido.
Nalodero teve uma idéia.
- Vocês repararam que às vezes aquele pote grande (xampu) fica aqui no chão e às vezes na beirada da janela.
- Poderíamos subir nele e esperar até que alguém coloque ali de novo.
- Esperem! - Disse Raguev
- Nós vamos lá em cima pra quê?
- Pra ir embora ora! Resmungou Skitrot
- E você tem certeza que de lá vamos conseguir?
- O capitão Eisen disse que nos encontraremos lá em cima! então todos terão que cumprir essa ordem!
- O Raguev tem um pouco de razão, acho que o certo seria ir embora por fora, pelo quintal...disse Skinghaw
- Calma gente! lá em cima nós nos reuniremos e discutiremos como sair daqui ok? Encerrou Skitrot
E foi o que fizeram, ficaram no xampu até que o rapaz foi tomar banho, mas não deu certo, ele nem tocou no xampu, só depois a mulher entrou e fez aquilo que esperavam usou o xampu e colocou a embalagem próxima ao vidro.
Só que Skinghaw ficou preso numa bolha todos tentaram estoura-la de todas as maneiras e a mulher pegou o xampu e a água do chuveiro tocou na embalagem fazendo com que Skinghaw escorresse indo ralo abaixo.
Skinghaw estava numa minúscula bolha e viu aquele túnel escuro e muitas criaturas e tipos de bactérias e numa velocidade espetacular foi cair no pântano. Mal sabia ele que a chave da sua existência passou por ali era o túnel/cano da origem.
Todos se encontram e abraçam-se lamentando o acidente do Dr. Skinghaw.
Iriam discutir agora como sair dali, o navegador Clocmoob explicou que teriam que descer pelas paredes até o chão que ficava ali atrás da casa. Ultrapassar o mato e chegar ao pântano e lá seguir sempre em frente nadando e descansando nas folhas e torcendo pra não chover, porque uma tempestade poderia separá-los para sempre. Qual a outra chance? Seria pelo ralo (todos olham pra baixo) nadando, só tinha os imprevistos de sempre: intoxicação por sabão caso alguém bebesse muita água ou perder-se um do outro.
- Poderíamos nos amarrar com micros fios da teia da teia de aranha, assim não nos perderíamos. Disse Wardin
- Você viu a curvatura que tem ali no cano antes de desembocar no pântano? Há o risco de ficarmos presos. Disse Seinenit
- Tudo bem o que a maioria prefere? Perguntou o Capitão Eisen
- Seinenit – plano um
- Raguev – plano dois!
- Skitrot – plano um
- Paazat – plano um
- Nalodero – plano dois seria mais rápido
- Wardin – plano dois
- Mghinad – plano um por ser menos arriscado
- Clocmoob - como navegador prezo a vida de todos, plano um
- Capitão Eisen - estou com a maioria
E começaram a descer pelos caminhos de cimento que ficam entre os blocos.
Chegam no outro dia ao chão e tem mais meio dia de caminhada até o pântano, não sem antes acamparem para comer, acharam alguns grãos de arroz cozido que caiu de algum saco de lixo que estava sendo transportado para ser jogado ali.
Enquanto isso...O doutor Skinghaw conseguiu sobreviver e nadando no pântano chegando num lugar seco.
- Ufa! Ainda bem que vi luz no final do túnel, foram cinco minutos intermináveis...
Skinghaw estava a uma lua de diferença do restante e caminhava meio sem direção até que chegou à um lugar inusitado. Era uma colônia de sapos no pântano, ele ficou estupefato e anotou detalhes em sua caderneta.
Ficou ali refletindo :- seriamos nós os Esparcas descendentes desses animais? Ou dos humanóides? Ou dos dois?
De repente ele é agarrado e desmaiou depois de um forte golpe na cabeça.
Acordou numa espécie de rocha esverdeada de lodo e musgo, rodeado de Esparcas, só que esses Esparcas eram diferentes eram mais rudes e fortes e falavam uma língua com sons esparcanos mas modificada.
Ele pedia calma quando alguém gritou algo e todos se afastaram, era o chefe.
O chefe se chamava Jopa e tinha uma coroa feita de limo e o levou até uma espécie de cabana.
Apesar das dificuldades conseguiu se comunicar com o Esparca selvagem.
Era uma tribo perdida, a tribo dos Torubis com mais ou menos duzentos Esparcas selvagens e perguntaram ao doutor Skinghaw de que tribo inimiga ele era.
Ele explicou que estava perdido e que fazia parte da comunidade Esparca que ficava embaixo da ponte.
- Embaixo ponte? Perguntou o líder Jopa
- Sim porque?
- Ponte, fim do esgoto?
- Isso! você conhece? Ajude-me a voltar para lá, por favor!
- Posso mostrar caminho, uma vez fomos lá e a correnteza nos levou até a ponte só que uma fenda nos sugou…
- Acho que a correnteza os puxou... é que realmente perto da ponte há uma diferença de terreno tornando aquela parte uma corredeira perigosa.
- Depois nunca mais arriscamos.
- Vocês são os únicos moradores daqui?
- Não! tem também as tribos Gunafa e Jutus inimigos
- Porque inimigos?
- Eles matam e querem tomar a rocha que pertence aos Tarubis.
- Entendo...
Skinghaw estava fascinado e fez várias perguntas ao chefe este respondeu que estrangeiro perguntava muito.
Skinghaw procurou sinais de procriação na tribo e não as achou , tinha mulheres mas nada de crias.
Percebeu que os Tarobis sofriam da mesma anomalia que eles, não se reproduziam.

- De onde vocês surgiram se vocês não se reproduzem? Perguntou Skinghaw
- Nascemos da grande mãe Sapa! Mas faz tempo que mãe parou de procriar mais Tarobis.
- Quem é essa mãe sapa?
- Vou levá-lo ao paraíso
E levou o doutor no lugar onde os sapos se reproduzem, e doutor Skinghaw reparou e anotou tudo, os sapos copulavam ali e havia vários ovos e girinos espalhados.
- Da mãe sapa nasciam muitos e nós pegávamos os Tarobis e as outras tribos pegavam cada um os seus...mas mãe sapa parou, agora só nasce mais sapos.
- Muito estranho, deve ser uma crença deles essa história – pensou Skinghaw
- Você poderia me ensinar o caminho para o esgoto Jopa?
- Sim, deixo você no caminho, mas lá não vou.
E assim foram pro caminho que dava no esgoto e doutor Skinghaw resolveu ficar ali uma lua pra quem sabe encontrar os outros.
Enfim o restante da equipe chega na beirada do pântano e para não se perder iriam nadar de mãos dadas, prendiam a respiração e nadavam em linha reta durante vinte e cinco minutos, paravam subiam numa folha de taboa e descansavam, depois continuavam nesse ritmo em oito horas chegariam do outro lado. Foi o que aconteceu, chegaram e encontraram o doutor Skinghaw e Jopa com alguns Tarobis. Ficaram surpresos e não acreditaram que ele ainda estava vivo e quem eram aqueles?
Jopa apresentou-se e começaram a se comunicar, doutor Skinghaw explicou a aventura que viveu, todos ficaram curiosos só que teriam que voltar pra casa o mais rápido possível.
Jopa explicou que iria ser difícil conseguirmos por causa da correnteza na ponte que é fortíssima...
... e corríamos o risco de passarmos retos e voltar pra represa... completou Doutor Skinghaw
- O que vamos fazer então? Disse o Cap. Eisen
- Segundo informações dos Tarobis têm uma parte antes da ponte que é água parada e tem um matagal é lá teremos que desces e ir a pé uns três dias.
- Mas há uma chance de a folha caravela passar rente a viga onde fica a cidade eu já observei que a maioria das folhas leves passam por ali e se pularmos e grudarmos é só subir até a fenda onde fica a entrada da cidade...observou Seinenit
- Você quer confiar na sorte?
Jopa explicou que a água parada ia até essa viga em que falaram, a água vai por trás da viga que fica encostada no barranco e na estrada.
Doutor Skinghaw despediu-se de Jopa e prometeu ajuda-los em breve...
E chegaram ao esgoto e subiram numa folha qualquer e foram ao bel prazer da correnteza podre.
Dentro de dez minutos chegariam ao local indicado por Jopa a folha perdeu velocidade e eles pularam e nadaram pra beirada, logo após a folha voltou pra correnteza e pegou velocidade descendo e passando por baixo da ponte. Andaram durante umas duas horas e chegaram perto da fenda onde a água era parada e entrava por trás da viga um metro. Skinghaw observou entre as folhas uma lata com o símbolo igual a que ele viu na casa dos humanóides e anotou. Nadaram até lá e subiram na viga agora teriam que ir na parte oposta em que estavam e entrar pela fenda pra sair na cidade Esparca. Chegaram! E desembarcaram na CEC quando chegaram, nada de festa nada de euforia, os esparcas andavam de um lado pro outro muitos carregando blocos pra construção. Estranharam também vários guardas fazendo a vistoria, logo foram avistados e os guardas trataram de prende-los com violência.
- O que estão fazendo aí parados? Estão presos!
- Espere soldado sou o Capitão Eisen e ordeno que pare!
- Tudo bem capitão só que eu não o conheço dessa jurisdição nem tampouco respeito quem não esteja devidamente fardado ou identificado.
Sendo assim pediriam reforço e prenderam os missionários.
Levados a presença do senador Rehilt:
- Quer dizer que vocês são missionários? Ah ah ah era tudo que eu precisava...
- Saímos a mais de sete meses senhor! Disse Nalodero
- E o que descobriram? Acharam o nosso elo perdido? Descobriram outra comunidade de Esparcas?
Se entreolharam - Não infelizmente não achamos nada! Disse Eisen
- Calma é claro que... intrometeu-se Skitrot
- Cala boca! Skitrot,não achamos nada e queremos trabalhar nessas obras...
- Tudo bem, mas vocês terão que se catequizar e fazer parte dos que crêem em Anfibius.
- Tudo bem, faremos o que for preciso...
- Hoje vocês podem dormir no calabouço e amanhã indicarei onde terão que trabalhar e dormir.
Eisen percebeu a grave situação em que passava a comunidade Esparca:
- Se falarmos que descobrimos algo eles com certeza irão nos prender ou matar.
- O que está acontecendo nessa cidade? Seinenit
- É o que vamos descobrir logo, vamos dançar conforme a música depois veremos...
E no outro dia foram levados a um casarão onde dormiam mais de cem Esparcas. Colocaram os missionários para quebrar concreto e construir templos. Tentaram conversar com os outros Esparcas mas esses não respondiam ou fechavam a cara, quando os guardas percebiam alguma conversa tratavam de dar porretadas. Trabalharam o dia todo e foram ao barracão dormir.
Chegando lá fizeram contato com uma mulher chamada Rolux, ela perguntou se eram de alguma missão?
- Sim fomos da missão 34...como percebeu? disse Cap. Eisen
- Pergunto isso a todos novos Esparcas que chegam aqui eu sabia que um dia alguém ia me dar uma luz (chorando) é porque eu queria saber do meu marido ele foi nessa missão, por favor...
- Qual era seu nome?
- Aska
- Aska? Aska, lembrei! Aska era um soldado muito bravio, mas ele infelizmente na hora do desembarque não conseguiu pular e foi levado com a caravela a esmo na grande represa...desculpe
A mulher chorou e abraçou o Capitão Eisen que a consolou e perguntou o que estava havendo na cidade.
- Você tem que nos ajudar a sair dessa escravidão...os senadores tomaram as cidades e agora querem fazer templos de fanáticos obrigando a todos a ser da religião dos Anfibius.
- Ah então é isso...farei o possível.
Teriam agora que bolar um plano de fuga e o capitão conseguiu reunir-se com o grupo as escondidas.
- Ao cair da madrugada, vamos pelos fundos e com as picaretas que vamos desviar amanhã atacaremos os dois guardas. – cap. Eisen
- Teremos que ser precisos e rápidos, fugiremos então para fora da cidade e voltaremos pela viga e prepararemos um outro plano o importante agora é sairmos daqui – Completou Eisen
- Esperem! vamos fugir para a cidade de Onan, lá existem os rebeldes liderados pelo grande líder Hosyehau que nos darão todo apoio. Disse Rolux
- Você tem certeza que conseguiremos apoio nessa cidade? Seria o encaixe perfeito!
- Sim! Ela fica ao norte, a melhor maneira de chegar seria por cima, pelas paredes internas...apesar de escuro conheço esparcas que conseguiram.
- Então o plano é esse!!! Rumo a vitória!
Então no outro dia após o trabalho cada um escondeu um objeto, duas marretas, três picaretas, dois candeeiros. E chegou a madrugada e aquele silêncio, saíram e os soldados Skitrot, Raguev e Paazat fizeram o trabalho
Cada um pulou em um guarda e sem muito barulho os desacordou. Os cientistas pegaram suas coisas nos armários e seguiram todos a pé pelas ruas da CEC até chegarem ao limite que separava a cidade das paredes internas. Havia guardas ali também, mesmo assim pularam o muro enquanto uma parte do grupo dava cobertura, os guardas deram o alarme mas já era tarde estavam todos na parte escura da parede. E os guardas desistiram pois sabiam que era loucura entrar ali. Ligaram as lanternas o que chamava atenção de bichos os mais estranhos como larvas de formigas, vírus de todas espécies, micróbios canibais, filhotes de aranha famintos , bastonetes cegos e vários outros seres.
Escaparam com vida e chegaram nos limites da cidade de Onan, lá foram recebidos a pedradas foi quando começaram a gritar por socorro então os esparcas perceberam que não se tratavam de inimigos. E resgataram todos levando-os ao encontro de Hosyehau. O líder dos rebeldes queria saber de onde e porque vieram parar ali em Onan.
- Você deve ser Hosyehau o grande líder? Perguntou o capitão Eisen
- Sim e o que pretendiam?
- Apenas ajuda, somos fugitivos da CEC...
- E conseguiram sobreviver em meio ao escuro e monstros?
- Foi difícil mas conseguimos...
- Conheço poucos que conseguiram essa proeza intactos.
- Viemos nos juntar ao seu exército e combater os senadores.
- Pretensão da sua parte, ultimamente sofremos muitas baixas...
- Mas podemos ajudar temos algumas surpresas a apresentar- disse Seinenit
- Desculpem a recepção mas é que pensamos que vocês fossem terroristas...
- Se precisar, seremos – falou Skitrot
- A última vez um suicida fez um grande estrago matando muitos esparcas inocentes, é que agora os pesquisadores estão trabalhando forçadamente para descobrir armas para o senador Rehilt. E a última descoberta deles foi um líquido altamente inflamável que se colocado em cápsulas de pressão se transforma num forte explosivo...
- Se você deixar nossos cientistas Seinenit e Skinghaw e o nosso pesquisador Nalodero tem algumas descobertas e precisam apenas de um laboratório.
- Estão liberados e sejam bem vindos!
Hosyehau e Eisen ficaram grandes amigos e discutiam a formação de um exército mais poderoso e treinado.
Enquanto isso os cientistas faziam pesquisas e felizmente ou infelizmente descobriram que o inseticida que pegaram de amostra é mortalmente eficaz. Só que não tinham meios de como fabricá-los, só tinham uma chance, numa grande expedição com mais de três mil esparcas irem até onde a água é parada e lá pegarem a quantidade de veneno possível numa lata de veneno que talvez ainda estivesse por lá. Teriam que colocar roupas e máscaras especiais.Assim a expedição liderada por Skinghaw e Seinenit partiu e depois de dois dias chegaram ao local indicado e realmente a lata estava lá perto da beirada junto aos matos caídos devido aos dias de enchente. O procedimento foi cíclico e rápido cada um enchia seu galão e colocavam nas costas retornaram ao seu posto no navio folha. Depois de quase seis horas de trabalho árduo voltaram para Onan.
Chegando em Onan foram recebidos com festa, havia um medo de a missão fracassar, ao contrário foi um sucesso, com nenhuma baixa.
Seinenit e as equipes ALFA e BETA estavam fazendo uma palestra ao povo de Onan, contaram-lhes as maravilhas que viram, contaram a história do dia em que viram uma caixa preta (TV), e nessa caixa preta imagens de violência entre os humanóides, transportes com rodas que andavam sozinhos, moscas de ferro controladas por eles. Essa caixa devia ser o oráculo deles. A palestra acabou e todos foram dormir para amanhã começar novas táticas pra guerrear. O geneticista Wardin estava envolvido num projeto de como seria a reprodução daqueles humanóides, pesquisa que as anotações de Skinghaw ajudaram, pois ele presenciou a reprodução dos sapos e presume que seja quase a mesma coisa.
- como eles se reproduzem? Perguntou Wardin
- ué sabe aquilo que a gente faz por prazer com uma esparca fêmea?
- Sei
- Então é daquele jeito
- Então é pra isso que serve..e a gente pensava que era apenas uma forma de carinho ou prazer...
Então Wardin pegou aquele sêmen que havia recolhido no banheiro que graças a sua bolsa térmica estava ainda bom. Pegou vinte voluntárias e fez inseminações artificiais depois de seis meses nasceram esparcas modificados. Eram esparcas mas tinham mais de humanos que de anfíbio, eram uma espécie mutante, tinham cabelo na cabeça, as mãos eram humanas os pés ainda eram anfíbios, os olhos diminuíram e as escamas eram também em quantidade menor.
Mesmo assim foi uma experiência bem sucedida por que agora os esparcas nasciam com idade zero. Descobriram que o problema também era nos esparcas machos que eram estéreis. Teriam que esperar infelizmente de quatorze a dezoito anos para descobrir se os bêbes esparcas que nasceram machos são ou não férteis.
Assim toda esparca fêmea queria participar da experiência só que a quantidade de sêmen era capaz de fecundar apenas sete mil esparcas. Compareceram todas sete mil e nasceram depois de seis meses dez mil bebes, pois grande parte dos bebês eram gêmeos e até trigêmeos. Os espiões da CEC descobriram e já espalharam a noticia entre os senadores, esses em um comunicado inflamado ao povo;
- Estão vendo! Esses rebeldes estão brincando de Deus Anfibius!! Merecem a morte!!!!
- Morte! Morte! Morte! - Gritava o povo em sublevação
O capitão Eisen teve uma idéia, invadir os depósitos de combustível dos inimigos e roubar-lhes o tal líquido inflamável e seqüestrar o pesquisador, além do mais os depósitos ficavam em território alheio fora das cidades. O depósito ficava cravado no teto da ponte e era lá que deviam atacar primeiro, destruindo e saqueando tudo.
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