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Cartas-->Carta ao estudante BRONISLAU, DE JABOTI -PR -- 09/10/2003 - 22:36 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Brasília, 23 de setembro de 2003

Meu caríssimo Bronislau José Jassek de Oliveira

Antes de tudo, vou-me apresentar: Leon Frejda Szklarowsky, brasileiro, casado, advogado, subprocurador-geral da Fazenda Nacional aposentado, escritor, jornalista, juiz arbitral e de paz, editor e consultor jurídico da Revista Jurídica Consulex, conferencista e professor de Direito.
Não obstante, continuo sendo, mais que tudo, um eterno aprendiz. Não pretendo parar, enquanto tiver um sopro de vida.
Mal cheguei de São Paulo, onde recebera uma homenagem, ontem, no Superior Tribunal de Justiça Arbitral, encontrei uma gratíssima surpresa que me encheu de alegria, deixou-me extasiado e de bem com a vida, como sempre, aliás, costumo ficar.
E sabe por que?
Pois bem, sua carta escrita, de forma singela, direta, sem rodeios e espontânea, conduziu-me, de imediato, para o mundo da criança, da bondade, da fantasia e do futuro da humanidade, - por sua pureza e candura, razão bastante do meu livro Hebreus, que lhe estou enviando. Se e quando você o ler, entenderá minhas palavras. Seu desafio foi o motor de ignição de meu cérebro. E, então, comecei a trabalhar na missiva (uso sinônimos, de propósito) que lhe era destinada.
Como você verá, nesse livro (remeto-lhe outros livros e revistas e também para sua professora), crio o universo do diálogo entre uma professorinha e seus alunos, notadamente, o Joãozinho e seus coleguinhas.
Transcrevo a opinião do menino de dez anos, o Ramon, filho de meu amigo, e de tantos e tantos jovenzinhos de uma escola de Brasília, que leram trechos do livro, antes mesmo de mandá-lo para a editora. O Ramon leu os originais, num só fôlego, durante a noite toda. Para mim, foi uma honra muito grande.
(Escrevo para vocês, meninas e meninos, de hoje e do amanhã, tentando levar-lhes a mensagem de que vale a pena viver, lutar, sonhar, pois viver é lutar e superar as adversidades e construir um presente bom para todos nós e radiante para os pósteros).
Meu estimado Bronislau (e minha cara Professora Marly), quer saber por que vale a pena viver? Simplesmente, porque a vida vale pelo que se faz de bom e se deixa gravado para sempre. A vida é uma pequena viagem, entre felicidade, tristeza, amor, alegria, sorrisos, muitos sorrisos, às vezes lágrimas. A vida é um passo entre o passado e o porvir. E, ainda, complemento: não importa que pareça delírio, porque, se os seres humanos não tiverem um sonho a realizar, uma esperança a cultivar, de que valerá a vida? Para que terá vindo habitar a estação Terra?
E, mais, conte, à sua professora Marly, que suas observações (suas e dela) me comoveram, superlativamente, porque nada é mais gratificante ao escritor do que receber cartas, comentários e críticas sobre seus trabalhos. E você deixou-me feliz, por isso mesmo. Não que me considere escritor, mas, se escrevo algo e este produz algum resultado positivo, não tenha dúvida: valeu a pena fazê-lo. Apressei-me para não perder o trem da história e pus-me a responder-lhe, de imediato, com muita alegria.
A sua professora está de parabéns, pelo muito que ela está fazendo pela educação dos jovens de hoje, dirigentes, mestres e nossos substitutos no porvir, não muito longínquo. A cultura só tem a ganhar com mestres responsáveis e preocupados em transmitir e provocar a curiosidade da criança e do jovem, fazendo-os pesquisar e contatar-se com outras pessoas. Isto constitui na verdade uma revolução no ensino e na propagação da cultura. É um exemplo de vida, que deve ser divulgado, estimulado e imitado.
Pelo que você descreveu, em sua linda carta, parece-me ver você, sua professora e seus coleguinhas, transformados nos personagens do livro Hebreus e dos contos ou crônicas (interprete como achar melhor) O seqüestro, Uma pequena história de Brasília, O que é a constituição. Qualquer semelhança não é mera coincidência, visto que, quando os concebo, imagino criaturas como vocês. Você encontrá-los-á no disquete.
Aliás, ficaria imensamente contente se você e seus colegas e sua professora fossem meus personagens reais no próximo livro. Que tal? Basta escrever-me o que achou (acharam) das minhas historinhas e propor um tema, uma história ou o que prefeririam ler.
O Joãozinho, do meu livro, desejou conhecer a história de Israel, porque vira um filme, narrando um dos episódios ou capítulos da Bíblia. Está na página 35. E você?
O cachorrinho da história existe na vida real. Mora conosco. É encantador, lindo, um lhasa yapsa. Parece gente. Não concebo a idéia de ficar sem ele. Já faz parte da família (aliás, toda a família assim pensa). A gatinha, infelizmente, morreu, porém, permanece para sempre em nossos corações. Minha filha, Márcia, adorava-a e todos nós, também. Eu particularmente tenho paixão pelos animais.
Quer saber como surgiu meu livro Hebreus?
Transcrevo-lhe a crônica POR QUE?:
“POR QUE?”.

Por que escrevi HEBREUS, uma história para crianças de todas as idades?
Como surgiu a idéia?
Afinal, até ha pouco, só escrevera poesias, crônicas, cartas, comentários, ensaios, livros jurídicos, artigos jurídicos, pareceres, conferências e discursos.
Eis que, de repente, algo inexplicado, ou até muito bem explicado, conduziu-me para este gênero literário. Fez-me caminhar ladeira abaixo até chegar a este lugar desconhecido para min, até então.
De madrugada, sem conseguir dormir (é raro ter insônia, felizmente), deu-me vontade de escrever sobre qualquer assunto, livremente, sem qualquer compromisso. Nada de ficar atado a um tema ou a um estudo científico.
Desejava voar sem qualquer constrangimento, alçar as alturas, atingir as estrelas cintilantes, voar como uma borboleta, festejar nas alturas celestes o encontro com a senhora lua, que já não era mais uma mera desconhecida dos homens, porque no entardecer do século que se findou, há pouco, o homo sapiens havia pisado suas entranhas. E nada conseguira conhecer mais que já sabia. E, no entanto, sentia-se orgulhoso de sua jornada, jamais imaginada antes. Ou este sonho - realidade era a repetição do feito de Ícaro? Quem sabe.
Sem que soubesse por que, comecei a sonhar com as crianças de todo o mundo, pobres, ricas, famintas, bem vestidas, chorosas ou sorridentes, doentes, moribundas, que desejavam apenas viver, também sonhar como eu, imaginar as coisas bem diferentes do que são, porque nada mais queriam senão um pouco de felicidade temperada com um pouco de alegria.
Vi-me então com saudade de minha mãe. Há quanto tempo se fora, para nunca mais voltar. Não é verdade. Estava sempre ao meu lado. Meu pai também. Prometera nunca me abandonar e sempre o sentia ao meu lado, embora não mais estivesse no mundo dos vivos, há quase meio século. Faz tanto tempo assim, meu Deus. Como o tempo passa tão depressa. Não, não, o tempo é apenas parte da eternidade que nunca começa, nunca termina!
E assim imaginei minha mãe e meu pai, ao meu lado. Eu voltara para o passado. Perguntava a ela, por que os homens brigavam tanto, não se entendiam, por que havia diferença entre eles, os negros, separados dos brancos, os judeus maltratados, por outros, a religião separando os homens. Estes se matando uns aos outros, em nome de um Deus misericordioso.
Iniciei, então, uma narrativa em forma de diálogo, explicando a mãe ao filho o significado da igualdade e a rejeição da discriminação entre os seres humanos. Gostei da experiência. Afinal, a criança deveria entender a narrativa, em forma de conversa informal. Em seguida, dois compadres encontraram-se num lugar qualquer deste Brasil, e entabularam a conversa sobre algo que se voltava contra o seu entendimento. E o mais culto deles, desafiando a gravidade de sua inteligência, explicava ao outro o que era a tal da improbidade que todos comentavam mas ninguém entendia.
Num outro momento, a mãe pôs-se a ensinar, ao filho de dez anos, o significado do seqüestro, já que o pai de seu amiguinho fora seqüestrado naquele mesmo dia. Era, aliás, uma história real, como tantas há, que me comoveram, a tal ponto de desejar contar ao menino o que se passara com a infeliz vítima desse hediondo crime. E fizera-o, por meio de diálogos.
Daí para o livro, fora um passo ou mais, precisamente, um galope.
Pretendia narrar a história de um povo, intimamente ligado ao Brasil, seja pela religião, seja por sua contribuição ao desenvolvimento do País, desde a colonização, já que os hebreus, descendentes de Abraão, como os árabes, crêem num Deus único, são monoteístas, como o são os cristãos, maioria de povo brasileiro, e estes estão intimamente ligados ao judaísmo, pela descendência de Cristo. E entre os primeiros colonizadores da Terra de Santa Cruz destacavam-se também os judeus.
Nada mal narrar a história para crianças, em forma de diálogo. E, assim, comecei a história dos hebreus, desde Abraão até a visita do Papa João Paulo II, à Terra Santa, em março do último ano do século passado, entrelaçando com fatos históricos da atualidade.
E agora faltava editar, porque uma obra sem editor é como um frasco vazio. Eis que a Editora Elevação, em tempo recorde, publicou o livro que seria indicado para o prêmio JABOTI 2001 e, sinceramente, ultrapassou minhas expectativas, pois sua aceitação está sendo bem marcante, não só entre as crianças, mas também entre os adultos.
Eis a história de meu primeiro livro para crianças de todas as idades e porque dediquei a elas, uma vez que são as crianças de agora, a elite pensante e os braços de amanhã, que promoverão uma verdadeira revolução, na sociedade e nos costumes, aproveitando o que há de bom, entre nós, aprimorando a educação e permitindo que todas tenham escola e possam desenvolver seus dotes e criem mais empregos, porque, neste País, não falta o que fazer. E, assim, se fez o livro HEBREUS - HISTÓRIA DE UM POVO”.
Coloco meus trabalhos na Internet (quase todos), na www.usinadeletras.com.br e em outras páginas da Internet, independentemente de os publicar. Você, seus coleguinhas e a professora podem imprimir e fazer críticas que as receberei prazerosamente.
Lembre-se de que o homem deve pensar, pode divergir, mas antes de tudo deve ser tolerante. Das idéias, nem sempre convergentes, brota a imensa variedade de pensamentos que norteiam a humanidade e lhe abrem o caminho da verdade
Basta entrar no site www.usinadeletras.com.br e clicar em autores, logo em seguida, na letra l e em Leon.
Tenho o prazer de enviar-lhe o citado livro (solo) e mais outros – coletâneas, com meus trabalhos, bem como algumas crônicas, em, disquete e nas revistas.
Também lhe remeto o meu depoimento, em forma de diálogo, onde você encontrará muitas respostas para as suas indagações.
Aproveito esta oportunidade, de qualquer forma, para responder-lhe as suas indagações, apesar de encaminhar o Meu depoimento, no disquete.
Respostas:
1. Tenho um livro de contos – Hebreus, cujas ilustrações foram feitas por uma jovem pintora paulista, Lièje, de apenas 81 anos, em plena atividade. Os originais, coloridos, estão expostos em meu apartamento em Caldas Novas – GO. A obra está praticamente esgotada. Restam poucos exemplares, na Editora Elevação, em São Paulo.
2. Tenho inúmeros trabalhos literários: crônicas, contos, artigos, poesias e poemas, editados em coletâneas, em jornais, revistas literárias e, como disse antes, na Internet, em diversos sítios.
3. Tenho quatro livros jurídicos (assuntos relativos à minha profissão) publicados: Responsabilidade Tributária, Execução Fiscal e Medidas Provisórias (todos esgotados) e Medidas Provisórias – instrumento de governabilidade, editado na semana passada.
4. Tenho inúmeros artigos, ensaios, crônicas sobre assuntos relativos a minha área de trabalho, publicados em revistas, jornais, coletâneas etc.
5. Tenho dois livros mais para encaminhar às editoras: Contratos Administrativos e Crônicas (título provisório: Ampulheta do Tempo).
6. Profiro aulas, palestras e conferências, no Brasil e no exterior, sobre assuntos de minha área de trabalho e literários.
7. Nasci em São Paulo, Capital, aos 9 de outubro de 1933 (não se preocupe, não me considero velho. Sou apenas menos jovem. Estou em pleno vigor físico e mental, trabalhando como nunca). Não pretendo parar, pois o tempo é apenas parte da eternidade que nunca começa, nunca termina. É como o anel que não tem começo nem fim!
8. Estudei em São Paulo, Capital. Formei-me na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, as célebres Arcadas, no Largo de São Francisco. Foi a primeira Faculdade fundada no Brasil, no dia 11 de agosto ( nesta data, comemorou-se o sesquicentenário + 1 ano – 176 anos - de sua fundação e o centenário de fundação do Centro Acadêmico XI de Agosto), juntamente com a Faculdade de Direito de Olinda, hoje em Recife. Fiz mestrado nessa Faculdade e cursos de especialização em Brasília e no Rio de Janeiro (Universidade Gama Filho e CEUB, respectivamente).
9. Minha infância foi normal, mas gostava muito de ler e escrever. Estudava com gosto. Ninguém me obrigava. Fazia-o porque queria. Li Jorge Amado, Machado de Assis, Eça de Queirós, Castro Alves, Monteiro Lobato, Tolstoi, Dostoievski, Gorki, Platão, Homero, Fernando Pessoa, Cecília Meireles, Raquel de Queirós e tantos outros escritores e poetas, os quais continuam povoando, carinhosamente, meu espírito e minha mente. Não descolam de mim. Felizmente.
10. Aprecio que amigos, poetas, escritores, crianças e amigos leiam antes os originais. Fico muito feliz quando minha mulher os lê e dá sua opinião.
11. Sou bem casado, com a primeira e única mulher de minha vida. Leia as duas crônicas que fiz em sua homenagem (estão publicadas num dos livros anexos). Tenho três filhos (um homem e duas mulheres já adultos, formados em Universidades). O meu filho, mais velho, é advogado.
12. Sempre gostei de escrever e de ler bastante. Para escrever bem, você precisa treinar muito, gastar o cérebro e a imaginação. Suar bastante. Quase se exaurir. Não desanimar. Ser destemido. Não poupar esforços. Ter garra. É como no futebol: treinar, treinar e treinar e marcar gol ou, no caso do goleiro, não deixar entrar a pelota, porque a vida é um continuo vai e vem, cheio de surpresas; algumas vezes, excelentes, outras, nem tanto, mas sempre surpreendentes.
13. E, sem dúvida, ler bastante bons livros, infantis e sobre todos os assuntos, de acordo com a idade, e sob orientação dos professores, dos pais e de pessoas que estão na área, porque:
Ler um livro é partir para o até então mundo desconhecido, conviver com acontecimentos, até então estranhos, e conhecer um pouco do autor, o criador daquele universo, que era só dele e passou a pertencer também ao leitor, antes um intruso, um estrangeiro, que de agora em diante compartilha e às vezes determina o rumo e recria em sua mente e em sua imaginação um novo e fascinante espaço - tempo, fazendo estremecer a sólida rocha de seus encantos, com novas interpretações ou vontade de fazê-lo, ou, como no caso desta obra, participar da mesma criação e das mesmas idéias, louvando-as, aplaudindo-as e segui-las.
Eis o poder de um artista, de um escritor, de um estadista, de um cientista do direito, de um poeta, de um artífice da palavra, de um artesão ou de um ourives da imaginação e da inteligência, o arquiteto de um diálogo, de fatos, teses e, porque não, de novos caminhos e mundos, navegando pelas galáxias da imaginação.
14. Meus próximos projetos, como já disse antes, é trabalhar, continuar trabalhando, proferir palestras, viajar, conhecer pessoas e lugares novos, escrever e ler. Estou terminando o livro sobre contratos administrativos e em breve mandarei, para a Editora. O de crônicas, já o encaminharei para a editora, nestes próximos dias. A seguir, começarei a escrever outro livro para jovens. Ah, como eu gostaria de conhecer sua escola, sua professora, seus coleguinhas e poder falar com vocês e tornar concreta a história de meu livro e das crônicas. Sabe, minha mulher, nasceu no Paraná, em Curitiba. O Paraná é minha segunda terra. A primeira, naturalmente, é terra da garoa – São Paulo, onde nasci. Gosto, porém, demais, de Brasília. Até já ganhei, no sábado passado, o distintivo de pioneiro e, portanto, autóctone, candango, isto é, natural da terra.
15. Há escritores bons e maus, assim como profissionais de qualquer área. Quanto a escritores e poetas, especificamente, posso afirmar-lhe que há muitos escritores bons. Quer que cite alguns? Moacir Scliar, Newton Rossi, Adirson Vasconcelos, Heliodoro, Drumond, Fernando Sabino (já leu o Mentecapto, de sua autoria? Vale a pena lê-lo. Você vai rir do começo ao fim do livro). Há tantos e tantos escritores e poetas bons que até perco a conta. Procure sempre fazer o melhor e ser um dos primeiros, como dizia meu mestre de português e latim, Cândido de Oliveira. Leia, bastante, repito.
16. Leia o Meu depoimento (está no disquete). Lá conto parte de minha vida, em forma de diálogos. A foto está estampada no livro Hebreus, mas envio-lhe uma em separado, para você fazer o uso que quiser. Foi-me dada pelo Cel. Affonso Heliodoro dos Santos, atual presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal. Foi assistente e amigo íntimo de JK, durante toda sua vida. Imagine, ele tem 87 anos e está em plena atividade e vigor. Até parece a artista plástica Lièje que pintou os quadros para o meu livro.
Esteja tranqüilo, você não me chateou, só me proporcionou prazer e alegria. Fez um desafio, que gostosamente enfrentei. Larguei tudo, para atendê-lo, porque devia fazê-lo. Faz parte do meu trabalho. Foi notável.
Quer saber onde escrevo meus artigos, livros, poesias e o que faço para passar o tempo agradavelmente?
Lá vai: Sento-me em meu gabinete de trabalho, ouvindo as cigarras, na primavera, e os pássaros cantando seu canto morno e suave, durante o ano todo, ou os pombos dançando na minha janela, contemplando o arvoredo que quase atinge meu mundo encantado. Quando os meus lindos “passaritos” ou as cigarras estão quietinhos ou “fazendo arte” em outras janelas, ponho-me a ouvir música, de preferência, clássica e folclórica. Aliás, sempre leio e escrevo ao som da música, que é o verdadeiro sinal da presença de Deus e de sua participação no universo. Que maior prova de que Deus existe mesmo? De qualquer forma, negar o nada é negar alguma coisa. Logo.... A conclusão é sua!
Bem a propósito, estou estudando a grande questão que se antepõe aos homens: haverá vida após a morte? O que dizem as diversas religiões? O que pensa você? ´Pois é, meu caro amigo, preparo-me para a palestra que proferirei em outubro, sobre este tema, difícil, não obstante fascinante. Não acha?
Espero não tê-lo decepcionado. Escreva sempre. Mantenha-me informado de seus trabalhos, da feira e de tudo o mais. Se você autorizar, colocarei esta carta, na Internet, na www.usinadeletras.com.br . Basta você consentir, via correio comum, telefone, fax ou Internet (correio eletrônico, moderno, do nosso século). Servirá como modelo e incentivo para os outros fazerem o que vocês já tornaram realidade.
A propósito, onde fica Jaboti? Descreva a cidade, seus habitantes, seu povo, as atividades, a economia, as igrejas, os divertimentos. Com isto, você já estará exercitando a arte de escrever. Tome cuidado com o português. Aliás, sua professora poderá orientá-lo, visto que o instrumento mais importante do escritor é o domínio da língua. O personagem pode usar a língua do povo, às vezes, errar. O narrador e o autor estão proibidos de fazê-lo. Pergunte à sua professora, se não estou certo.
Receba um forte abraço. Comunique-me, quando receber os livros, o disquete e a carta. Espero tê-lo atendido e fazer jus à confiança que você me depositou.
Perdoe--me haver escrito muito. É que, de repente, as palavras soltaram-se, minha imaginação despencou e não mais pude prendê-las.
Leon Frejda Szklarowsky
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