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Poesias-->RELAMPAGO -- 12/12/2008 - 17:46 (Cristina Ancona Lopez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Há dias em que não chove, o ar está calmo, o céu azul. Mas é como se o céu estivesse cheio de relâmpagos. Acontecem coisas que não podemos segurar.

O mundo se contorce, luzes saindo para todos os lados.

Dá vontade de entrar debaixo da mesa!

Um dia entrei debaixo da mesa. Foi durante uma queimada.

Já viu uma queimada?

Norte do Brasil, fazenda só mato, filha bebê. Derrubada na foice, no facão, na moto-serra. Tudo para o chão. Verde caindo, barulho de árvore tombando. Depois silencio o que tinha vida resta tombado no chão para secar.

Ate que chega o mês de agosto, mês da queimada. Acero para o fogo não passar para as fazendas vizinhas, todo mundo pronto, pessoal saindo para todos os lados da fazenda, tacar fogo!

Bebê no colo, olho da porta da cozinha... Sobe densa e negra a fumaça do fogo. Barulho de estalos, fuligem começa a cair. Sentamos no degrau, olhos nostálgicos. Estamos queimando o mundo.

E então acontece, num repente. No meio do cinza surge uma fumaça que dá voltas, cada vez mais concêntricas e mais rápidas. Um rodamoinho, um funil que caminha para todos os lados e vem vindo meu Deus, para fora da queimada, para cima de nós. Vem vindo, não é possível, como? Vai sair de lá.?Mas vem! E sai do mato e entra para o quintal e corro eu com bebê no colo para debaixo da mesa.

Barulho, vento zupt, zupt, zupt, barulho redondo, como explicar esse barulho? Passa pela casa. Sobre a mesa telhas e telhas se estilhaçando.

Depois silêncio.

Embaixo da mesa minha bebê e eu, incrédulas.

O rodamoinho passou. Destelhou metade da casa, tudo em cima da mesa.. Saímos de gatinho ela diz óia, óia, óia, e eu penso: é a natureza que se revoltou.



27/11/2008

Tita - para deborah

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