Deitada na rede, sem vontade de viver.
A repetição da vida, os círculos viciosos, o desamor, a solidão, as tentativas frustradas, o coração abatido, a perda das esperanças...
Imersa em minhas tristezas não vi o carro que se aproximava. Quando me sentei já estava lá, rodando portão adentro. Pessoas estranhas, expressões bizarras, começaram a descarregar objetos grandes e coloridos, sem nada dizer.
Ei, quem são vocês, o que é isto?
Mais carros chegaram, mais caixas descarregaram. Armaram, martelaram, montaram, sem me dirigir palavra.
Por favor, não invadam assim a minha casa...
Nada disseram.
Estou cansada, quero dormir, por favor vão embora...
Nada.
Voltei para a rede, Cansei. Afinal, eu só queria mesmo era dormir. Deitei-me e adormeci, alheia ao que acontecia.
Acordei com a musica alta. O circo estava armado.
Trapezistas, palhaços, equilibristas, todos ali, apresentando-se no meu jardim.
Meu coração foi até a boca quando a trapezista ficou preza por uma perna só, ri alto com a palhaçada daquele arlequim desajeitado, fiquei curiosa com a mágica diferente.
Porque estariam todos no meu jardim? Quem os havia enviado?
Levantei-me, guardei a rede e decidi voltar à vida.
Em algum lugar existe alguém que quer me ver feliz.
Em algum lugar existe alguém que gosta muito de mim.
25/11/2008
Tita
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