Ao sol faço silêncio e escuto; os pássaros, os estalos, o barulho da água, o murmúrio de vozes. Quieta, sinto o prazer com que meu corpo recebe os raios quentes e os transporta para dentro de mim.
Se calor, mergulho, falo comigo mesma baixinho, deixo-me abraçar pela água que acaricia meu corpo, a natureza que me recebe e me diz bem vinda.
Tenho paz, os conflitos se vão e se, não sei nem porque, a tristeza aflora do nada, deixo que corram as lágrimas, que se misturem ao suor e ao molhado.
Então sou mistura de quente e frio, sensações de luz e água.
Sou grandeza de mim quando estou ao sol, sou minha vida toda no calor de meu corpo, sou meus sentimentos transbordando nos poros e sou o escutar-me em minha musica interna.
Vindos do fundo da alma ouço os barulhos que nascem do âmago de meu silêncio, onde escuto de mim e do difuso multifacetado da minha vida interior.
Ao sol, faço silêncio.
21/11/2008
Tita
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“Meu lar é o interior da minha cabeça” (Rosa Montero em " A Louca da Casa")
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