Saí de lá com alguns quadros, este é seu, este é meu... Prefiro os de paisagem. Não sei o que ele fez com os dele, os meus pendurei nas paredes, mesmo assim ficaram vazias, peguei outros emprestados de uma amiga, outra amiga pintou um para mim.
Mudaram-se comigo do primeiro para o segundo apartamento, ocuparam quase os mesmos lugares que ocupavam no apartamento anterior. Vez em quando fixo o olho em um e no outro. Imagino cenas, dentro das paisagens, entro neles e faço as minhas histórias.
Quando estou cansada, como hoje, gosto de me transportar para o pé do Ipê amarelo e ali fico durante muitas horas. Algumas vezes retorno com um texto, uma frase, outras retorno com uma vontade enorme de ver pessoas, sair, beber, conversar. Outras ainda, saindo do recosto do Ipê, mergulho na grama colorida do quadro emprestado, sento-me ao lado de Simão Pedro na Santa Ceia ou entro na pequena casa no meio do mato. E me emolduro, me imiscuo, faço parte.
Algum dia fico e não volto mais.
Tita
19/11/2008
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