Usina de Letras
Usina de Letras
147 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62070 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50477)

Humor (20015)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6162)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->LIQUEFEITO -- 10/12/2008 - 23:21 (Cristina Ancona Lopez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ultimamente tenho tido muitas duvidas, mas a que mais me perturba é a que diz respeito ao futuro. Tenho pensado muito, mas não consigo decidir que caminho tomar. A verdade é que não sei se quero liquefazer-me, como todo mundo.

Tenho presenciado cenas em que as pessoas vão se desmanchando aos poucos, amolecendo, virando pasta e acabam por escorrer feito líquido. Eu tenho duvidas. Por que escolheriam este caminho?

De minha parte, preferiria transformar-me apenas até o estado pasta e então paralisar o processo. Soube que é possível. É tudo uma questão de escolha, disseram. Todavia, até hoje não vi ninguém que fizesse esta opção, não sei por que.

Acho pasta muito melhor do que aquele escorrimento que vejo pelas ruas quando volto para casa a pé. As pastas, parece-me, poderiam ater-se a algo se assim quisessem. Ser pasta não tira todas as possibilidades ao passo que liquefazer-se não tem nenhuma continuidade. Fora o cheiro que se percebe no ar quando a liquefação acaba de acontecer. Cheiro fétido...

Não sei quantos anos me faltam, mas de qualquer maneira não está longe o dia em que terei de comunicar minha decisão. Tenho quase certeza de que decidirei fixar-me no estado pasta. Se ainda tenho dúvidas é porque não gostaria de ser o único no meio do nada, um pasta só, sem nenhuma companhia.

Talvez seja este o medo coletivo e, entre tornar-se pasta solitária ou derramar-se fetidamente no asfalto mesclando-se com os restos de todos, preferem o ultimo. Medo de solidão. Só pode ser.

Levantarei a bandeira? Serei o primeiro?

Não sei. Ainda não. Mas que não queria liquefazer-me, não queria. Acontece que não acho quem possa trocar idéias a este respeito comigo. Provavelmente meu cérebro já veio programado para ser pasta, mas se assim for, aonde colocaram os outros programados como o meu? Por que não agrupar os mesmos tipos nos mesmos bairros? Por que tornar difícil o que poderia ser tão fácil?

Acho que querem me convencer. Deve ser algum tipo de estudo sobre a inegável mudança da programação cerebral decorrente do ambiente social... Não. Não vou colaborar. Recuso-me e, aliás, acabo de me decidir: liquefazer-me, não vou!



Tita

11/11/2008

visite: http://cristinaanconalopez.blogspot.com
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui