Mesa pequena, cadeira de ferro, copos de cerveja, bolachas de papelão. Frente a frente, inclinados um para o outro, conversávamos sem parar. Cerveja demais? Não acredito. Acho que teríamos conversado um monte, mesmo sem.
Bons tempos aqueles, entremeados do barulho das ondas batendo ao longe nas pedras.
E quantas histórias para contar, coisas leves, o liquido gelado escorrendo pela garganta, de-va-gar, gelando cada pedaço do corpo.
Vez em quando silêncio só prá escutar o murmúrio dos pensamentos rápidos dentro da própria cabeça causando um rodamoinho cheio de sensações. Vertigem bem vinda na falta de compromisso dos momentos, a vida apresentando-se fácil, o corpo quase a levitar.
Ficou-me a cena e recorro a ela quando me sinto encalacrada pelo caminho dos meus dias. Abandono meu corpo e minhas sensações à alegria do re-sentir pois que junto com ela me chegam o calor do sol, o gosto da maresia, e a certeza de que, algumas vezes na vida, não se precisa mais do que de um botequim.
Tita
22/10/2008
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