Nada mais de planos
Nada mais de panos
Quero ver teu corpo nu
Quero observar teu contorno
Quero tocar teus montes
E deslizar por tuas depressões
De teu relevo excitante
Nada mais de cores
Nada mais de pudores
Quero olhar teu corpo nu
Sentir tuas emanações de odores
Tuas variações de sabores
Os sons guturais que emites
Quando libertas a fera escondida
Nada mais de lentes
Nada mais de maquiagem
Quero varar tuas pupilas
E ver através da retina
Quero buscar nas profundezas
Onde estão ocultos os desejos
Onde estão sepultadas as blasfêmias
Nada mais de amarras
Nada mais de laços
Quero apenas prender teus passos
Com as flores das minhas verdades
Com a luz da simplicidade
Com a frágil mão do carinho
E te mostrar o espelho
Nada mais de tempo
Nada mais de mapas
Quero possuir tua alma branca
E colorir teus dias com meu sorriso franco
Quero ultrapassar as barreiras da tradição
Ser tua parceira na traição
E apenas ver teu corpo nu