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Poesias-->O amor naufragado -- 29/11/2008 - 15:06 (Isaias Zuza Junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando eu pensei saber tudo sobre Deus,

que os mortos não voltavam

e o passado era uma estátua de sal

para não ser contemplada

eis que o mar invade minha jangada

numa torrente de águas rebeldes,

em tempestade de repente.



Não havia sereias em alto mar,

não passavam navios para me salvar

nem qualquer baleia para me engolir

e eu ficar aquecido em seu ventre.



Percebi que muita gente estava

no fundo do oceano a me chamar

pelo nome, com suas vidas em minha vida

porque seus destinos foram como

o meu - de abandonar a ilha e saber

que no fim todos estamos submersos.



Então eu pensei ter visto uma pessoa

entre os fantasmas de sorrisos amarelos,

com seus olhos fechados, suas sombras vazias.



Por onde andava não sei

o que dizia não pude ouvir

nem destingüi o tamanho de seu rosto

pelo que havia restado na memória,

pelo que insistia permanecer

de seus olhos mirando os meus

e seu silêncio calando meus lábios.



Quem era a pessoa de cabelos longos

no desenho da multidão

figurando como retrato

deixando largo um sorriso

em meio a morte, ao longo da vida...



Seus rastros eram os mesmos

de muita gente que me seguia

nos meus passos

e isto me confundia e me chamava

para perto da rua onde se davam

os fatos, as pessoas e seus amores

que era pouca a explicação

do que ali fazia aquele corpo

com um seus modos diferentes

do que um dia eu conhecera.



Tinha na face uma força

diferente e parecia ter

perdido seus mistérios e sua flama,

restava somente uma luz, um desenho

contorno de alguém que eu acho

que um dia existiu

num livro lido

numa peça de teatro, conto universal.



Para o fim da tempestade restou

meu corpo naufragado com saudades,

meu suor misturado ao cansaço das ondas,

meu fim justificado no meio do mar,

uma calma de quem não podia lutar,

a certeza que por mãos de Caronte

vinha o que os homens negavam

e Deus julgava ser um instante

e uma passagem para uma vida secreta

àqueles que se perdem na terra dos viventes.





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