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Contos-->Lembranças de criança! -- 04/03/2008 - 18:19 (Paulo Marcio Bernardo da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Lembranças de criança!

Quando era pequeno eu morava em uma casa bem grande com quintal, jardim, pomar com algumas fruteiras e até um galinheiro. (Não havia luxo, mas muito carinho e alegria). Cercas de bambu protegiam dos cachorros uns poucos canteiros de verduras plantadas por minha avó Catarina. Ela ficava zangada quando via as suas couves ou alfaces danificadas pelos animais. Em outro canteiro separado; o mais bem cuidado era plantado por boldo, capim santo, erva doce, puejo e outras ervas medicinais que eram usadas no preparo de chás e xaropes.

Lá em casa, dor de barriga se curava com chá de hortelã, erva doce e boldo.
Enjôo estomacal com chá de folhas de louro e casca de cebolas. Tosse e gripe, com xarope feito com casca de limão galego, alguns dentes de alho, puejo e outras ervas vindas do canteiro especial. Diarréia era tratada com chá de brotos da goiabeira e farinha de mandioca com água e algumas gotas de limão.

Certa manhã, quando levantamos e fomos ao quintal, os canteiros estavam completamente destruídos. As galinhas, (cerca de quarenta) mais o galo “Coqui” faziam uma grande festa. Tudo estava ciscado e pisoteado. Vovó Catarina ficou desesperada. Não sabíamos se corríamos atrás do galo e das galinhas ou se cuidávamos da vovó que não parava de chorar e reclamar. A cachorrinha “Brigite” latia sem parar e ajudava a espantar as galinhas no melhor intuito de ajudar a pegá-las. Eu, mamãe, meus irmãos (casal) corríamos de um lado para o outro tentando pegar as galinhas e o galo que rapidamente entravam em meio às bananeiras e pulavam para o terreno vizinho.

Foram horas brincando de pega-pega, subindo e descendo morro atrás das “penosas”. Lá pelas dez ou onze horas, havíamos colocado de volta ao galinheiro umas trinta aves, mas o galo Coqui e algumas galinhas entraram pelo mato adentro e não conseguimos pegá-los naquele momento. Somente à tardinha, quando o dia já virava noite foi que pudemos concluir o trabalho.

Para mim, tudo aquilo não passava de brincadeira de criança. Para meu pai o trabalho foi grande em refazer as cercas de bambu e reformar os canteiros e para minha avó o replante das hortaliças e das ervas levou meses.




No domingo seguido ao acidente da “fuga das galinhas” o almoço foi de vingança. Na mesa, alem do talharim e maionese, o galo Coqui estava assado, acompanhado por uma galinha tenra e macia. A cachorrinha Brigitte, também aproveitou dos ossinhos mais macios e gostosos do mundo.

Passado algum tempo, um novo galo foi colocado no galinheiro já com a tela consertada, agora mais seguro e resistente. Os canteiros estavam novamente viçosos. Os ovos com as gemas bem vermelhinhas serviam para os bolos dos domingos, omeletes e fritadas de batatas ou as gemadas matinais.

Vovó continuou a fazer sua alquimia farmacêutica caseira e restava para nós, regar as plantas, retirar as ervas daninhas, colher as frutas do pomar, dar água, milho e algumas folhas de couve e alface para as galinhas. Papai só de quando em quando refazia um pedaço da cerca de bambu.

Essa lembrança de criança me serve como exemplo até os dias de hoje: Tudo vai passar! Não há chuva que não pare, nem dias de sol que se transformem em tempestade!

Tive uma infância feliz, e na escola da vida comecei aprendendo dia após dia com a natureza e meus familiares; o que hoje tento passar para os meus netos. Não aprendemos somente na escola, mas muito e principalmente com os exemplos mais simples que a vida nos ensina.

Sinto saudades!!!!

04/03/2008
Paulo M.Bernardo
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