Vi tuas pegadas na areia,
Resolvi segui-las, desprender-me.
Do passado, do arcaico,
Da grande teia.
Alucinado, desvairado
Esqueci o tinteiro, o papel.
Aquilo que conduz o escritor,
Joguei ao léu.
Vi tuas pegadas na areia,
Adiante, vi fartura, teu regalo,
Posta em boa mesa, a grande ceia,
O chama que queima, incendeia.
Tão surpreso fiquei,
Tudo em minha volta, então,
Prédios,arvores, carros, tudo em fim,
Giravam em torno de grande canção,
Pássaros e homens, em sincronismo, num mesmo tom,
Todos declamavam versos e cantavam trovas.
Foi quando entendi a grande meta,
Segui como uma seta, a musa que inspira,
Embala, adoçam as palavras,
No coração do poeta.
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