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Poesias-->O CONSOLO À DESPEDIDA -- 16/11/2008 - 11:59 (Núbia Dutra) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O CONSOLO À DESPEDIDA



Li a carta de despedida

de Gabriel Garcia Márquez.

Li a dor da impotência,

vi a dor da quase ausência.



Senti a falta dos anos dourados.

Ouvi o solfejo desesperado.

Não me escuso de assumir

o quanto a sua dor me tocou.



Não importa a sua fama,

nem que fosse alguém da lama,

meu pesar seria igual.



Pude ver as mágoas,

pude ver o seu não ir;

pude ver o querer ficar.



Vi até o que já foi,

pude ver as reservas

de construções não acabadas,

sei também das baladas

que não poderão ser dançadas.



Vi um choro seco como o deserto;

vi um ente apaixonado;

vi arrependimentos da labuta;

vi desejos não alcançados.



Quanto seu pesar da ida me tocou.

Quisera eu poder transcender,

ter consigo um momento,

lhe acalentar em um intenso silêncio

que frase nenhuma pode alcançar.



Abrandar o seu medo,

encolher sua dor,

trazer-lhe numa bandeja

um minutinho a mais,

meu até, eu lhe daria

e nada cobraria

por uma ilusão de paz.



Peço que o pai lhe alcance

e sem pressa lhe console.

À moda da viola,

ou com um tango apaixonado,

diferença não fará.



Desde que não lhe mostre a pistola,

desde que não lhe dê a esmola,

pois filho nenhum rirá.



Basta que o pai plasme

um lindo jardim de violetas

com cheiro de laranjeiras,

com rosas muito brejeiras

e hortênsias a lhe cercar.



Que lhe mostre a cor lilás

como um sinal da paz

e lhe aperte em seu seio.



A mim só resta a prece

de quem não o conhece,

mas os medos são iguais.



Ide aos céus, irmão

e verás que lá também tem paz

e quem sabe uma pena

com restinho no tinteiro.



Quem sabe um candeeiro

para te continuar,

para nos iluminar

com as letras universais

lá no jardim da paz.



Rezarei em verso e prosa,

arriscarei algumas rimas,

rimas pobres, rimas ricas,

mas a sua regalia

não terá avaria,

sairá do coração.
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