Há coisas que a psicologia não consegue explicar.
Uma delas é a sensação que se tem, quando pensamos ter conquistado o amor de alguém, muito especial.
É como se o mundo, repentinamente se transformasse num imenso lago de águas translúcidas, onde cada estrela reflete um brilho singular.
E nesse gigantesco espelho, que se faz presente, a refulgência das águas embota-nos os sentidos, sem que possamos enxergar, sequer, um outro céu, com outras estrelas.
É a doce ilusão do amor.
Mas...
Ao fechar-se o tempo, faz-se trovoada. Raios cortam o espaço a mesclar toda essa beleza, há pouco percebida.
E de repente...
Não mais sabemos o que pensar. Em que acreditar.Como se hovesse uma placa de aviso, dizendo: "ACABOU-SE O QUE ERA DOCE".
Na incerteza desse campo minado, de alegrias e decepções, nada se sabe. Ficamos atordoados sem ter para onde ir.
Foi assim que cheguei à triste conclusão de que, no amor, tudo é magia temporária.
Certamente, fizemos parte de um enredo, onde, enquanto personagens, desempenhávamos, com esmero, o nosso grande papel.
Tudo era festa, no limiar de uma história em que os atos convergiam para um delicioso "final feliz", como acontece em todas as histórias de amor.
Mas a peça terminou.
É preciso fechar as cortinas. |