É curioso este negócio de marcar um dia pra determinados acontecimentos...
Hoje é Dia do Beijo.
Beijo quente, beijo frio, beijo terno, comprido, cheio de amor, carinhoso, mordido, lambido, chupado, chiado, estalado, ruidoso, macio, silente, saca-rolha, penetrante, arrombador, selinho, melado, sabor maçã, pêra, eucalipto, manga..., aniz, doce, azedo, vinho, cerveja, ressaca... arre!
Bom você, certamente, pode criar ou vivenciar outros sabores. Os mais variados. Indignos até de a gente imaginar... Mas tem. Porque tem quem deles goste.
E hoje eu li, de uma jornalista amiga e querida, a despedida de seu "bluebird", rasgada a blusa, rompido o coração, cheio de arrependimento, mas libertado o pássaro e sua prisão. Ele - o pássaro - vóou sem nem olhar pra trás. Ela - a prisão - ficou indecisa ao momento de deixar passar o prisioneiro rumo à liberdade.
E não houve o beijo de despedida. Porque também tem este. Que pode ser cheio de esperança no retorno ou cheio de desejos de vingança e de não te quero mais. Pode marcar. Na língua, nos lábios. Mais ainda no fundo do coração.
Mas se o prisioneiro como tal se julgava, não há porque se pensar na possibilidade de um beijo. Mas tão somente um suspiro de alívio e de viva a liberdade!
E Ã prisão? Porque beijar, se a porta trancada só produz cerceamento de amor, de sentimentos verdadeiros, de amor? Paixão, sim. Acontece. Mas limita a troca. Só há usufruto de sentimentos unilaterais. Sem vibração mútua como as cordas de sonoro violão aos dedos carinhosos do artista.
Sem beijos. Tomara que tenha ido de vez. Para evitar mais dores. Mais prisões. Mais ressentimentos, Mais paixões. E menos amor sincero e permanente. Este sim, que alimenta a alma à saciedade.
Minha querida jornalista, parabéns. Porque, libertando o prisioneiro, você também libertou seu coração. Não é mais prisão. Mas símbolo de sua própria e feliz liberdade!
Meu beijo de liberdade para você.
BeMendes (direitos reservados)
13.04.05
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