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Poesias-->Domingão Da Velocidade -- 05/11/2008 - 21:33 (Sereno Hopefaith) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:130952222433066800
Como é difícil construir

A própria casa emocional

Um lugar onde consiga

Sentir-se bem e à vontade.



Aonde haja um espaço mínimo

Possível de exercitar um pouco

De verdade. O éden era apenas

A afirmação da naturalidade.



Não é fácil edificar

Adequar a identidade

À despersonalização

Das pessoas ao lado

Preocupadas com

Dinheiro, aparências

Apenas, e vaidade.



Se quiser criar essência

Vai ficar ilhado e só

Somente os disfarces

Se fazem valorizados

A ilusão, a jactância

A ficção sentimental

Cantadas pelas bandas

De rock hip-hop forró.



As carências prosperam

Nas arquibancadas coletivas

A emoção das galeras

Nunca está nelas

A alegria e a dor

Mas nos pés a manejar

A bola, na ansiedade do

Especulador, no piloto

Que acelera muito aquém

Do Bojador.



Que vale uma emoção

Que depende do resultado

De um jogo de números

Quais? Sorteados na Caixa

Econômica Federal?

De quem foi ao pódio

Depois de acelerar mais?



A massa amassa o pastel

Do Felipe Massa. Vantagem

Regozijar-se com a condição

De outros? Renunciar a realizar

A própria identidade. E tudo o

Mais vai como se fosse de outro

E tudo mais vai de mal a pior

As distorções não tem mais fim

Tudo vem de fora nada há a

Preservar um valor, um sorriso

O não-ser não tem mais fim.



A modelito reproduz seu rosto

Na passarela de asfalto a galera

Está torcendo de salto alto

Valorizando o jogador de bola

O corredor que mais acelera

O desfile das Ferraris, os bólides

McLaren, a Williams no pit-stop

Vaidades como tenazes aceleram

Aferradas ao resultado do voo

Concentradas no placar do jogo

De futebol. As galeras tontas

Celebram os gols.



Quanta “emoção” entre aspas

Ao alcance do ingresso. A mente

Cheia de problemas, os filhos

Cheios de dedos, a mulher de

Guarda, guarda os segredos

As imagens passam na passarela

Da tvvisão o Zeca Pagodinho

Chama a todos para a cerveja

E o samba com moderação.



E tudo é festa. O Felipe Massa

Ganhou a corrida do domingão

Seu time continua no páreo entre

Os dez mais do brasileirão.

Seu dia a dia emocional continua

Na terceira margem do rio virtual

Fugindo da própria história

Por não ter como fazê-la real.



2ª vais jogar na loteria esperança

Nos números que se consumiram

Com a idade. Você sabe: se um

Dia ela acabar não terás mais nada

A vontade se diluiu na torcida por

Terceiros. Vestiste a camisa das

Tardes vazias, gestos rudes sem efeito

O coletivo colecionou os berros e sua

Fanfarra. O pavio não mais acende

De outro jeito. A vida governada

Pela dor não pode mais manter-se

Invisível. Sorrir, só quando biritado

Ninguém crer em seu delírio

Agitado. Seu dia a dia cada vez

Mais fragmentado festeja os ganhos

Rituais do salário. O Natal vem aí

Mais 30 dinheiros no 13° salário.



A vida solitária esquiva-se insone

Os livros que você nunca teve

Tempo de ler. Nem mais terá

Até que alguém, num átimo

Com gestos algo ligeiros

Comprará flores para seu leito

De Procusto derradeiro.



Não houve vontade nem tempo

De ler. O bardo William, sei,

Passou o pires da dramaturgia

Em vão diante de seus olhos. A

Memória nos corações e mentes

De seus descendentes não se

Avivará por ti nem no dia de

Finados. Nenhuma célula ou

Neurônio, de domingo a sábado

Uma pessoa quis lembrar-se

De você e sem querer, no fim

Do dia as rosas do buquê

Comprado ficaram murchas

Por alguém foram esquecidas

No banco detrás do carro.



Que sentimento pode prosperar

Das carências coletivas? Sua

Mulher nesse Natal vai comprar

A modelito de salto alto nas

Lojas Americanas. Aquela, que

Desfila nas passarelas divulgando

Vaidosa vulgaridade. Sua filha vai

Passar parte da infância a ninar

A boneca, figura de linguagem

Da prostituta Barbie.



E sua próxima neta terá o nome

Chique de Diana, Sicrana ou

Caroline? E quando crescer

Vai querer ser o quê? Com a

Educação que teve certamente

Há de se orgulhar do shortinho

De praia, da blusa tomara que

Caia, do sapato salto alto

Das sandálias havaianas

Com direito a desfile nos finais

De temporada. Os pilotos baterão

Palmas e elegerão a mais eficiente

Adolescente, garota mais badalada.



Um dia teu descendente

Olhará para a paisagem

Distante de teu passado

E verá nesse luar remoto

A mãe de todas as raças

Os filhos de todas as tribos

O álbum de família com tua

Foto na sala de jantar

A tvvisão escola do lar

Trovão, árvores, raios e rios

O controle remoto a ligar

E todas as coisas dessa sua

Cultura sem essência: Pedras

Jogadas em telhados de vidro

Os gols motivos de tantos

Atritos. Xuxas e outras marias

Dos periquitos, rainhas dos

Pratos quentes das massas

Receitas das massas de trigo

Canções e danças, os frutos

Passados dessa Terra de Obama

Tudo o mais que existiu gratuita

Mente como a passagem dessa

Chuva, sua irrisória inexistência

No emprego, no estádio, no

Autódromo, na sala, na cama.



Quem justificará esse futuro

De fardos?

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