Cato lixo, cheiro cola, peço esmola
Sofro humilhação, não tenho acesso à escola
Sobrevivo abaixo da linha de pobreza
Enquanto você esnoba riqueza
Talvez herdou ou é de origem duvidosa
As damas da "sociedade", praticam filantropia, de forma orgulhosa
Enquanto quem sobrevive na míseria
Roga à Santa Quitéria
E eles nunca pensam em mim
De forma humanitária, enfim
Vivem ensimesmados, na fartura
E eu, pobre criança, desgarrada tal loucura
Resta-me apenas o consolo de estar vivo
Catando lixo, cheirando cola, sobrevivo
Que desigualdade!
Como sair da linha de pobreza, sem escola? |