Usina de Letras
Usina de Letras
154 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62191 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22534)

Discursos (3238)

Ensaios - (10352)

Erótico (13567)

Frases (50597)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6185)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->Tomem lá um Poeta: OVELHA NEGRA ! -- 23/02/2002 - 15:51 (António Torre da Guia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
João Dias, exímio escritor de fados, poeta tendente à lira ácida, o que não impediu que colorisse tantos dos seus versos com ternos e alegres florilégios, foi-se desta vida com a morte por prémio. A sua existência teve fases de vertigem intensa, que adornava com explosivos delírios sobre o feudo social que lhe apertava a vital respiração dos seus nocturnos quotidianos e que vezes sem conta o marginalizou até aos mais esconsos parâmetros da existência humana.

Esta alusão, que deveria ser em página negra e em caractéres brancos, é uma homenagem póstuma ao poeta que deveras foi e, por ele, também um louvor bem viva aos poetas que não conseguem arrancar do chão à luz da realidade. O repertório de versos que legou ao Fado e à Língua Portuguesa, pelo seu pendor e enlevo, demonstram sem equívoco a notável qualidade deste Vate em genuíno português.

----------------- A OVELHA NEGRA -----------------

-------------- Chamaram-me ovelha negra
-------------- Por não aceitar a regra
-------------- De ser coisa em vez de ser;
-------------- Rasguei o manto do mito
-------------- E pedi mais infinito
-------------- Na urgência de viver.

-------------- Caminhei vales e rios
-------------- Passei fomes, passei frios
-------------- Bebi água de meus olhos;
-------------- Comi raízes de dor
-------------- Doeu-me o corpo de amor
-------------- Em leitos feitos d escolhos.

-------------- Cansei as mãos e os braços
-------------- Em negativos abraços
-------------- De que a alma esteve ausente;
-------------- Do sangue de minhas veias
-------------- Ofereci taças bem cheias
-------------- À sede de toda a gente.

-------------- Arranquei com os meus dedos
-------------- Migalhas de grãos segredos
-------------- Da terra escassa de pão
-------------- Mas foi por mim que viveu
-------------- A alma que Deus me deu
-------------- Num corpo feito razão!

--------------------- João Dias ------------------

Uns, escolhem lutar para elevarem a existência.
Outros, optam pelo sabujo jeito denegrirem a vida do próximo para submetê-lo.

-------------------- Torre da Guia ---------------

Que desgosto e gosto tenho de estar aqui
Na presença da Alma do meu Amigo João Dias.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui