Me vi indo bem atrás dá terra, em país dos Deuses,
Nesse lugar secreto e proibido para os seres humanos,
Acariciando estas rosas únicas e maravilhosas,
Com o único voto almejado de te oferecê-las,
Saiba que só aquelas têm real cor de sangue,
Elas têm poder de tornar um coração de pedra,
Numa alma sensível envolvido de meiguice toda,
E os corações amorosos em castelos inquebráveis,
Me vi indo, escapar desse jardim perseguido deles,
Deuses furiosos de ser roubados daquelas rosas,
Caí na terra em lugar muito isolado, com minha presa,
Percorri desertos áridos com mil perigos escondidos,
Encontrei rios com margens cheias de agressividade,
Proteger meu tesouro com bico e unhas a cada passo,
Atravessar as matas escuras com barulhos incansáveis,
Para chegar, um dia, nos pés das pedras gigantes,
Me vi indo, escalando as montanhas tanto abruptas,
Que a gente disse o cimo inatingível por um homem,
Conseguir esse desafio sobre-humano sem falhar nunca,
Atingir a praia do oceano com meu precioso tesouro,
Me vi indo nesse frágil esquife batendo as águas,
As ondas tentando de roubar minha preciosa riqueza,
Lutando contra os ventos e o Deus Neptuno mesmo,
Com a paixão de quem detém o mundo em seus mãos,
Me vi indo nesta praia não distante de você, esgotado,
Correndo tanto que posso, meu tesouro sobre meu coração,
As ruas, as praças desfilavam até a tua casa ali em frente,
Vai ser que todos os sacrifícios terão resultados felizes,
Me vi indo, entrando e abrindo a porta onde você me esperou,
Me vi cair e me ajoelhar diante de você, cansado mas feliz,
Sem tremer nem hesitar retirar as divinas rosas do meu peito,
Para as oferecer àquela mulher amada do meu coração.
Le Gil 15/10/2008
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