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Que passaporte é esse
que me permite, em sonhos,
transpor dimensões
tênues e delicadas?
Sobrevoando flores
e construções exóticas,
trago na mente o desenho
do armário esculpido
- eu que, no papel,
mal desenho um simples gato,
roliço e pueril...
Na casa simples que me acolhe à noite,
núcleo de um sítio com horta e riacho,
a velhinha me recebe
(eu anunciada pelo empregado negro de sorriso largo...)
Ao acordar pela manhã:
- prazerosa sensação!
simplificada a vida em sua dimensão,
ainda que não lembre do confabulado...
Quero saber, meu irmão,
por onde viajo nos sonhos...
De onde vêm tantos detalhes,
tulipas, arqueiros e monges?
Roteiro onírico breve,
interrompido ao nascer do dia...
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