Siriri
Luís Gonçalves
É canto do rio que passa, lacrimando de mansinho; das águas e das magias dos cabelos ondulados; das faceiras fustigadas sob o luar prateado.
Desde que o mundo da música, perdeu o juízo nas belas curvas de um rio garboso, a vida pariu essa dança...
Quem não toca, canta; quem não canta, dança; quem não dança, segura a criança. É o bailar da contradança.
Não há de quê?!
Risca a viola e rufa o bombo, temperado com o ganzá; que a canoa virou e tornou revirá.
Rebellioni carnis.
Putucinho de menina rebojando no salão é remédio para a cegueira e sustància para a canção.
A brisa libidinosa abraça o tempo sensual que emana em nosso seio: amor, ternura e paz.
Commodurum corporis.
Dança do barro amassado; do cabelo negro ondulado; do vestido de chita rodado e da flor ribeirinha encarnada.
Canto sagrado de amor.
Vida serena de um rio charmoso, de ondas que vem e que vai; do tempo bom que não volta mais.