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Artigos-->Recuo no Avanço Tecnológico -- 16/11/2002 - 11:26 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Recuo no Avanço Tecnológico



(por Domingos Oliveira Medeiros)



O homem sempre quis imitar Deus. Mas o diabo sempre aparece para atrapalhar. Não sei o prazer dessa coisa ruim, que só existe para perturbar a paz neste planeta. Mas, convenhamos, o cara é astucioso e bastante engenhoso. Possui várias caras e cores. Não é, como dizem, apenas vermelho. Numa alusão ao comunismo. Às vezes, veste-se de vermelho, azul e branco, tal como o super-homem, se for preciso, apenas para incentivar a guerra, invadir países ou subjugar povos inteiros.



Ultimamente, o diabo nos deu mais uma pista sobre seu currículo infernal: tudo indica que ele, o coisa ruim, é formado em economia. Com especialização em mercado financeiro. Bom especulador. Vem enganando a todos, inclusive autoridades econômicas, e ganhando muito dinheiro, sem fazer força.



Foi ele, não tenho dúvidas, que inventou o risco-Brasil. E tanto fez que este índice, que não tem nada de oficial, além de ser elaborado por organizações estrangeiras, ganhou a simpatia dos âncoras de todos os telejornais. Diariamente, o risco-Brasil é divulgado, com ares de oficialidade, junto com a variação do dólar e o sobe-e-desce das bolsas de valores. E o pior é que todo mundo – principalmente os mais interessados - faz de conta que esses dados são verdadeiros.



É a partir deste índice, regado e boatos e mexericos, que ocorrem as variações da moeda americana. Desse modo, o diabo inventou um engenhoso artifício para ganhar dinheiro às custas da variação cambial. Toda vez que vence um título de nossa dívida, por exemplo, o risco-Brasil sobe; e sobe, por conseqüência, a desconfiança no país; e o dólar dá um salto digno dos maiores atletas e campeões desta modalidade – salto em altura - de todas as olimpíadas.



E agora a coisa está tomando vulto. Tudo, ou quase tudo, está atrelado ao dólar. E tudo aumenta. A soja, o açúcar, o petróleo, a gasolina, o diesel, o bujão de gás, a vaselina, o remédio, o trigo, o pão nosso de cada dia e a nossa eterna agonia. E nossas autoridades não encontram alternativas para coibir esta farsa bem montada. Não se vê ações repressivas ou preventivas por parte das instituições responsáveis pelo mercado financeiro, de modo geral. Banco Central, Comissão de Valores Mobiliários, enfim. Parece que o diabo é mesmo melhor economista do que toda a equipe do governo.



Tenho saudades, portanto, da época do mercantilismo. Em que não existiam moedas; muito menos de referência para o mercado. As trocas eram mais justas. Duas bicicletas por uma televisão, e assim por diante, seria o mercantilismo de nossos tempos. Talvez a solução fosse esta. Voltar no tempo. Para acabar com este endividamento crescente e esta injustiça que se faz presente no mercado internacional.



Aliás, quase todo o avanço tecnológico, visando a melhoria do bem-estar do homem, tem resultado inócuo. Pelo menos, no que concerne à grande maioria da população de determinados países.



A viatura, inventada pelo alemão, serviu, e serve até hoje, para o transporte de soldados. O automóvel, para quem pode comprá-lo, mesmo depois de sua popularização, poluem o nosso ambiente; e têm contribuído para o aumento da violência no trânsito, face ao excesso de veículos que, todo ano, é despejado nas ruas e calçadas do mundo inteiro.



O telefone, aperfeiçoado para o celular, acabou ajudando ao crime organizado. Aos seqüestros e outras aberrações criminosas do gênero. O avião, que encurtava distâncias, serve agora às guerras e ao terrorismo. Átomo, como fonte de energia limpa, todos lembramos, explodiu no Japão, matando milhares de pessoas. E os equipamentos e avanços tecnológicos na área médica, (ultra-sonografia, ressonância magnética, raio laser, etc.) não se prestam ao acesso à grande maioria da população.



A Internet trouxe de volta os crimes praticados sob o anonimato. Pedofilia, prostituição de menores, apologia às drogas, fraudes, propagandas enganosas, deixando no ar a insegurança e a falta de credibilidade no sistema por parte dos seus usuários. A pirataria tomou conta de tudo. Por isso, é preciso refletir sobre os caminhos que estamos perseguindo. Voltar um pouco às origens. E refazer estradas mais adequadas à engenharia de trânsito, que nos leve, com segurança, ao futuro que todos almejamos. Futuro de paz, liberdade e prosperidade para todos os seres humanos. E não esse futuro voltado para uma minoria que possui, cada vez mais, dinheiro, poder e material bélico.





Domingos Oliveira Medeiros

16 de novembro de 2002









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