ENIGMA
Dobrei a esquina e apertei o passo.
Não sei o que há ali atrás daquelas paredes...
Boa coisa não há de ser
Fosse coisa boa haveria mais luz e não haveria tanto lixo pelo chão.
Ai que arrepio! Esse lugar dá um medo danado!
Eu é que não devia ter me metido nessa,
agora já estou aqui e o negócio é ir em frente.
Finjo que nem temo,
mas estou com um medo de doer!
Lembro-me de histórias de fantasmas, ai que arrepio...
Porque será que eu decidi aceitar este convite?
Que mania de correr atrás de novidade!
Escutei um barulho, socorro, juro que escutei.
Vou ficar aqui encostada na parede mas que medo, que parede fria danada que está me gelando toda e eu não consigo sair do lugar.
Arre que minhas pernas estão tremendo!
E aquele vulto lá longe?
Mas porque não consigo me mover?
Vou passo a passo, devagarzinho, assim, segurando na parede...
A droga do celular nem sinal num lugar assim.
Credo, que nojo! Piso em plásticos, latas, argh!
Detesto coisas sujas.
Mas que mania a minha de ir atrás do desconhecido,
mas que mania essa minha de me meter nessas roubadas.
Isso. Roubada!
Das maiores.
Número 132, finalmente.
Cheguei. Nada de campainha, porta trancada.
Bato palmas, bato na porta. Esmurro a porta, começo a gritar ei,ei!!!!
Abre aí!!!
Nada!
Não tem ninguém. Olho no relógio. A hora está certa.
Começo a ter medo de novo.
Estou brava, muito brava e com muito medo!!!
Saio correndo, volto para trás e finalmente de novo na rua conhecida.
Tomo um taxi, entro em casa, tiro a roupa e me jogo na cama, coração ainda disparado.
Cubro-me até o topo da cabeça.
Porque será me chamou para ir lá?
Porque?
Enigma!
Tita
12/09/08
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