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Artigos-->Dédalo e Ícaro -- 16/11/2002 - 00:26 (Darlana Ribeiro Godoi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Dédalo foi o construtor e inventor mais habilidoso de sua época, na Grécia antiga. Construiu palácios e jardins magníficos e criou obras de arte maravilhosas em todos os lugares. A estátua de sua autoria foram feitas com tanta maestria que pareciam seres humanos de verdade, acreditava-se que elas seriam capazes de ver e andar.

Uma pessoa tão engenhosa quanto Dédalo, dizia-se, só poderia ter desenvolvido sua habilidade com os deuses.

Acontece que na ilha de Creta, a pouca distância do litoral grego, havia um rei chamado Minos. O Rei Minos possuía um monstro terrível que era metade touro e metade homem chamado Minotauro, e o monarca precisava de um lugar onde pudesse manter presa a criatura. Quando ouviu falar de Dédalo e suas habilidades, convidou-o a visitar seu país a fim de construir uma prisão para a fera. Dédalo, então, junto com seu filho Ícaro, dirigiu-se para Creta, onde construiu o famoso Labirinto, intricada construção de caminhos sinuosos de tal forma emaranhados que, uma vez em seu interior, ninguém conseguia encontrar a saída. E lá foi colocado o Minotauro.

Concluído o Labirinto, Dédalo quis retornar a Grécia com o filho, mas Minos já estava decidido a mantê-lo em Creta. Queria Dédalo em seu país para que esse lhe construísse mais inventos maravilhosos e mandou prender os dois no alto de uma torre defronte ao mar. O rei sabia que Dédalo era suficientemente esperto para conseguir fugir e mandou vistoriar todos os navios a fim de evitar que passageiros clandestinos abandonassem a ilha.

Outros teriam desistido, mas Dédalo não. Do alto da torre passou a observar as gaivotas voando ao sabor da brisa. "Minos pode ter o controle da terra e do mar, mas não manda o ar. Será este nosso caminho."

E pôs-se a trabalhar, colocando em prática todos os segredos de seu ofício. Pouco a pouco, reuniu um monte de penas de todos os tamanhos. Utilizando uma linha juntou-as todas e modelou-as com cera; e conseguiu, afinal, fazer duas asas grandes como as das gaivotas. Prendeu-as aos ombros e, depois de uma ou duas tentativas malfadadas, descobriu que, adejando como os pássaros conseguia alçar vôo. Manteve-se no ar assim, flutuando ao sabor do vento, até que aprendeu a deslizar com as correntes, elevando-se graciosamente como uma gaivota.

Construiu depois um outro par de asas para Ícaro. Ensinou o menino a mexer as penas e a ficar pairando no ar, e depois deixou-o dar alguns vôos de um lado para outro do aposento. A seguir, ensinou-o a aproveitar as correntes, subindo em círculos e flutuando com o vento. Praticaram juntos até Ícaro estivesse preparado.

Finalmente chegou um dia que os ventos estavam bem apropriados. Pai e filho amarraram as asas e prepararam-se para voar de volta para casa. Dédalo então disse:

- Não se esqueça de tudo que lhe falei. Lembre-se, principalmente, de não voar muito alto, nem baixo demais. Se baixar muito, os respingos do mar molharão suas asas, deixando-as pesadas. Se subir muito, o calor do sol derreterá a cera, estragando suas asas. Fique perto de mim e dará tudo certo.

Partiram, então, o menino seguindo o pai; e a detestável terra de Creta foi ficando para trás, muito abaixo deles. Ao vê-los passar no céu, os homens largavam seus arados nos campos para observar, os pastores escoravam os cajados para melhor poderem assistir a cena, as pessoas saiam de suas casas para não perderem o espetáculo daquelas duas figuras voando bem acima da copa das árvores. Só podiam ser deuses: Apolo, talvez, acompanhado de Cupido.

A princípio, o vôo foi terrível para Dédalo e Ícaro. O céu infinito, com toda sua magnitude, dava-lhes vertigem, e mesmo uma rápida olhadela para baixo os estonteava. Mas foram gradativamente se adaptando a passear pelas nuvens, até que perderam o medo. Ícaro sentiu o vento a enfunar-lhe as asas, levando-o cada vez mais para cima, e começou a sentir uma liberdade que nunca experimentara. Olhava para baixo com grande empolgação; via as ilhas passando, seu habitantes, e aquele mar grandioso a espelhar-se em todas as direções, pontilhado pelas velas brancas das embarcações. Subia cada vez mais, esquecendo-se do conselho do pai. Esqueceu-se de tudo que havia no mundo, menos da alegria.

- Volte! - Gritou-lhe o pai, freneticamente - Você está subindo muito! Lembre-se do sol! Desça! Desça!

Mas Ícaro não pensava em nada além do próprio deslumbramento e felicidade. Almejava chegar mais próximo do céu que conseguisse. Foi aproximando-se cada vez mais do sol e as asas começaram a amolecer. Uma a uma as penas foram se soltando e caindo, até que a cera acabou se derretendo toda de imediato. Ícaro sentiu-se despencando no ar. Agitou os braços o mais rápido que pôde, porém já não havia mais penas para dar-lhe sustentação. Pediu socorro ao pai, mas foi tarde de mais: soltou um grito e despencou das alturas indo cair no mar e desaparecendo sob as vagas.

Dédalo ficou voando em círculos pouco acima do nível da água, mas só conseguia ver as penas boiando, e percebeu que o filho se fora. Depois de algum tempo, o corpo voltou a superfície, e ele conseguiu içá-lo. Carregando pesado fardo e um coração despedaçado, Dédalo prosseguiu com seu vôo. Ao chegar a terra firma, enterrou o filho e construiu um templo dedicado aos deuses. Pendurou, então, as asas e jamais tornou a voar.

O local do Mar Egeu que Ícaro caiu, ficou conhecido depois, como Mar Icário
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