Pensava o futuro de várias maneiras, matutando possibilidades, inventando caminhos, prevendo finais.
Pensou a linha do tempo, em que definiria acontecimentos e estes se realizariam conforme o previsto.
Ficou tão imbuído da idéia da pré-visão certeira, que decidiu detalhar cada passo que um dia daria, em todas as suas minúcias e possibilidades.
Fechou-se em si mesmo e, para iniciar, definiu que só se abriria para o mundo quando os detalhes futuros estivessem vistos, revistos e sacramentados na linha do tempo de sua carta de vida.
Durante anos trabalhou no rascunho que seria passado a limpo depois de pronto.
Morreu ontem.
Da vida, viveu só o esboço, nada mais.
Tita
25/08/08
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