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| Poesias-->O PORQUÊ DO AMOR -- 21/08/2008 - 23:24 (Délcio Vieira Salomon) |
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O PORQUÊ DO AMOR
Délcio Vieira Salomon
Se o amor tivesse o porquê
deixaria de ser amor...
O amor é interrogação,
é reticências, admiração!
Bendito quem ama!
Maldito quem não sabe o que é amar...
Quem ama ignora causas
até esquece as pausas.
Usando sua rima comum:
- quem vive o amor
ignora até a dor.
Quem ama jamais se pergunta
Onde, como e o porquê...
Processo mais que misterioso:
- começa quando não se espera
- prossegue... atinge o apogeu
deixando os amantes sem saber
onde, como e porque
tudo aconteceu.
Não tinha razão? a sabedoria
do grande vate lusitano quando disse:
"Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer. (?)
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder".(?!)
Dialético, o poeta se superou.
Sabe que o amor vive e se nutre
de contradições.
Jamais se contenta com emoções.
Vara o linear, mil voltas dá
para superar conflitos,
dúvidas,
perdas,
angústias...
no contraste entre o ser e o não ser
e jamais se contenta ao se realizar.
Maior mistério que o amor não há.
Diante do mistério só novo mistério:
- o da fé
e os dois juntos a nos envolver...
Viver o amor é ser feliz!
Não vivê-lo é decretar
a própria infelicidade
que a solidão retém.
Indagar o porquê se ama
é sinal de que não se ama.
Quem ama vive se interrogando
à procura de outra interrogação.
Jamais de uma resposta.
Linearmente
simetricamente
cartesianamente
esta nunca haverá.
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