Ah, se tudo na vida fosse linear... A ciência clássica teria sua função de ser. Os mastodontes que se acham donos das universidades também. O aumento da temperatura da água líquida de zero a cem graus Celsius seria perfeitamente ideal e linear. Um gráfico em papel milimetrado da quantidade de calor em função da temperatura, nesse caso, daria uma linha reta perfeita, com coeficiente de correlação igual a 1 com infinitos zeros seguidos e coeficiente linear exatamente igual a zero. As alternàncias e irregularidades dessa linha obtida na prática??? Desprezíveis, com certeza, e consequência dos erros experimentais. Porém, nas mudanças de fase, diria a Física Clássica que seria melhor evitar os modelos matemáticos... eles, se existissem alguns decentes, seriam muito complicados... na verdade, nem se sabe se funcionariam. Num devaneio de sábado à tarde, então, ao olhar o pór-do-sol que prepara o universo para trazer as brisas de um tempo mais fresco, quiçá as águas de março, imagino os apegos tão desnecessários da academia. Desesperos dos donos do poder, com certeza. E penso, reflito. Ah, se a ciência mostrasse que são as irregularidades que dão sabor a tudo e que, no fundo, são as pequenas irregularidades, altos e baixos, um prenúncio das mudanças de fase, as grandes irregularidades, as grandes crises. Se a ciência oficial fizesse esse favor aos alunos que lá estudam, o ser humano não se apavoraria tanto com as crises inerentes de seu crescimento. Saberia que os altos e baixos do dia-a-dia nada mais são do que um prenúncio das grandes mudanças, das grandes crises. E essas são necessárias para a evolução. Como no equilíbrio pontuado do pós-Darwin, os saltos. Muitos deles, quànticos. Na verdade, já estão previstas quando se nasce, não de forma determinística ou definitiva, mas nas fases da vida prenunciada pela posição de outros corpos no universo. O caso dos astros, por exemplo. Crises dos ciclos de Saturno, Urano, Netuno, Quíron e Plutão são conhecidas por muitos estudiosos tidos como não científicos. Que pobreza de mente, irmão! Você que, à luz de Vinicius de Moraes, acha que só o que é mensurável e repetível é que é científico e confiável, o que é que há? Diz pra mim, o que é que há??? Você vai ver um dia em que fria você vai entrar: por cima uma laje, embaixo a escuridão, é fogo irmão, é fogo irmão. Não, não é maldição, não. É somente o fruto de sua crença. Sim, porque aquilo em que acreditamos define o nosso universo, a nossa verdade, e se cremos somente na lei da entropia, ela é que está no comando e a profecia de Vinicius acabará se cumprindo. Se quiser alternativa, abra-se ao universo mais sutil e menos concreto. Tantos já o fizerem... E, olha, dentro da própria ciência. Se duvida, dê uma olhada na vida pessoal de Albert Einstein. Mas, veja que seu professor de cabeça dura, intransigente, que não aceita o sutil e que detesta quem o aceita não fique sabendo. Ele não precisa saber. A decisão é sua, de cada um, pois na nova visão da ciência libertadora e não dogmática, cada um é responsável pelo seu próprio destino. Use seus pontos de despertar para evoluir. Aproveite o máximo as suas crises e deixe que os que querem a escuridão se comprazer nela. Faça do estudo e do conhecimento uma maneira de ser feliz. What about that???
(publicado em 26/02/05 no grupo GECAF/msn)
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