Embarquei no olhar e dali transpus o limiar da banalidade.
Qualquer consideração deste ponto em diante seria difícil e cheia de detalhes.
Decidi não voltar atrás e caminhei com passos firmes sentindo, porém, o corpo trêmulo. Nada é o mesmo quando se transpõe o limite. Nada é facilmente decifrável quando se vai além do facilmente reconhecível. Nada se resolve sem a dor da descoberta.
Fui em frente carregando o fardo. Em algum momento haveria o imprevisível que revelaria as respostas e desataria os emaranhados e nós.
Vislumbrei o horizonte sem as amarras, caminho fácil e livre.
Vislumbrei vôos sem duvidas, viagens de paz e descanso sem temores.
Então, por um átimo, me deparei com a repetição das cenas, medos tangíveis e angústias irreversíveis.
Em frente, a encruzilhada. Voltar atrás ou seguir? À direita ou à esquerda?
Existem decisões que não tem resposta. Caminhei para o centro da cruz e lá fiquei, imóvel.