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Artigos-->No Túnel do Tempo -- 14/11/2002 - 11:27 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
No Túnel do Tempo

(por Domingos Oliveira Medeiros)





Estamos em 1995. Fernando Henrique Cardoso é eleito presidente da República. Em suas mãos, cinco dedos representando cinco prioridades. Assume o governo com promessas de indicar os rumos do desenvolvimento econômico e social sustentado. O Plano Real é um sucesso. Inflação chega próximo de zero. O povo está confiante. Dívida em torno de R$ 100 bilhões de reais. A nossa moeda supera o dólar. Depois fica igual ao dólar. R$ 1 real, igual a um dólar. Preços em queda. O Brasil parece que vai dar certo. O povo está confiante. Entre um e dois anos de governo, Fernando Henrique Cardoso é mordido pela mosca azul. E começa sua luta para aprovar o Instituto de Reeleição. Não se fala mais em outro coisa. Há suspeitas de compra de votos de parlamentares. Nada ficou comprovado. E a reeleição é aprovada. Fernando Henrique é reeleito. E inicia seu segundo mandato. A dívida já está em torno de R$ 200 a R$300 bilhões de reais. O dólar começa a subir. Já supera o valor do real. Os servidores públicos continuam sem reajuste salarial. Apesar de a Constituição determinar que a recomposição seja anual e linear.



Os juros começam a subir. A tabela do imposto de renda continua defasada. Mais prejuízo para os trabalhadores que, sem aumento, ainda passam a pagar mais impostos. Começa a era das privatizações. Muitas denúncias. Nada ficou esclarecido. A corrupção parece que toma corpo. Pipocam escândalos envolvendo amigos de FHC. Nada ficou apurado. Bancos oficiais são vendidos. Empresas estatais, também. A Companhia Siderúrgica Nacional e a Vale do Rio Doce, entre outras. Telecomunicações, eletricidade e rodovias, passam tudo às mãos do setor privado. O governo diz que é para economizar. E melhorar os serviços. A dívida continua aumentando. Já está em torno de R$ 600 bilhões de reais. O presidente em cadeia de rádio e televisão diz que tudo está sob controle. Que o Brasil é maior que seus problemas. Que agora temos rumo.



Aposentados são chamados de vagabundos. Professores são desmerecidos. O presidente diz que eles são cientistas frustrados. Chama os críticos do neoliberalismo de “neobobos”. Aumentam os casos de corrupção. Ninguém é preso. Órgãos como a SUDAM, DNER, SUDENE são extintos, ao invés de se procurar os corruptos e puni-los. Desmonta-se o serviço público. Forças Armadas são desarmadas. Nossas fronteiras são abandonadas. Cresce o desemprego. Cai a qualidade na prestação de serviços hospitalares da rede pública. Na rede de ensino não é diferente. Não há mais dinheiro para investimentos. Ninguém sabe explicar para onde foram os recursos arrecadados com as privatizações. E nem porque estamos devendo tanto ao FMI. A dívida está próxima de 50% do PIB.



E veio o apagão. Que todos se lembram. Economizamos energia, a pedido de FHC. E, depois que as chuvas voltaram, tivemos como prêmio, por nossa colaboração, o aumento na tarifa de energia: para compensar os prejuízos das concessionárias em decorrência da queda do consumo, que nos foi imposta pelo governo.



Fernando Henrique continua viajando muito. Governa através de excessos de medidas provisórias. Estamos no início de 2002. O desemprego atinge níveis insuportáveis. Foram extintos 12 milhões de empregos. Começam os preparativos para as eleições.



A candidata do governo, Roseana Sarney, deixa de concorrer ao cargo por conta de falta de explicação para uma quantia encontrada em seu escritório na Maranhão. Escândalo que tem uma certa ligação com o da SUDAM. R$ 44 milhões sumiram por onde ninguém viu. Igual a história do Caciolla, que recebeu R$ 1 bi e meio do Banco Central e fugiu. Igual ao TRT de São Paulo, que até agora só prendeu o Nicolau.



Risco-Brasil começa a subir. Atinge mais de dois mil pontos. Dólar por volta de R$ 4 reais. Dívida já ultrapassa os R$ 800 bilhões de reais. E promete crescer ainda mais. Novo empréstimo ao FMI. R$30 milhões de dólares. Inflação ameaça subir. Governo aumenta juros. Cai a produção industrial. Aumenta o desemprego. Há 53 milhões de brasileiros abaixo da linha de pobreza, sendo que 22 milhões de miseráveis, vivendo como indigentes.



Em sete anos, morreram ou ficaram cegas, cerca de 35 mil crianças, por carência aguda de vitamina A. O governo não tinha mais dinheiro para continuar o programa de doação da vitamina.



Apesar de ter maioria no Congresso, o governo está indo embora sem aprovar ma reforma que seja. Reforma tributária, da Previdência, do Judiciário, Administrativa, Agrária, Política, etc. Não temos diretrizes para as questões da habitação, saneamento básico, distribuição de renda, segurança pública, controle de contas públicas, desvio de recursos para paraísos fiscais, sonegação de impostos, crime organizado, sistema penitenciário, fome, miséria e indignação é tudo que nos restou.



Dia 27 de outubro de 2002. Segundo turno das eleições. Votar no Lula ou no Serra. Eis a questão. Serra representa a continuidade. Juros altos, desemprego, dívida superior a R$ 880 bilhões de reais, ameaça de volta da inflação, serviços privatizados, caros e de pouca qualidade; não há remédios nos hospitais públicos; o ensino da rede pública continua defasado; mensalidades de escolas e de universidades privadas nas alturas. Planos de saúde privados incompatíveis com a renda da população. Cresce o crime organizado, a violência e o contrabando de drogas e de armas. Doenças que tinham sido banidas do nosso território retornam com toda a força. A dengue mata várias pessoas. A febre amarela, idem. Não há nada de significativo, do ponto de vista social, deixado por este governo.



Só quem ganhou muito dinheiro com este governo foram os especuladores e os banqueiros.



Somos, hoje, um país endividado, subserviente e dependente do capital estrangeiro. Totalmente vulnerável aos boatos e mexericos. Sem qualquer perspectiva de luz no final do túnel. A não ser a luz de LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA. O operário que sabe pensar e que, talvez por isso, tanto incomode aos pretensos donos do poder.



Estamos próximo do final de 2002. Finalmente, uma luz no final do Túnel. Seu nome: LULA. Eleito com ampla maioria do povo brasileiro. Um homem de paletó e gravata, por fora. Por dentro, de macacão. Disposto a meter a mão na graxa. E consertar este país. O governo FHC dá seus últimos suspiros. E a impressão é um só. FHC já vai tarde. Dois mandatos, oito anos de governo, para nada. Ciranda financeira, juros altos, inflação, desemprego, endividamento público, concentração de rendas, economia parada, violência, insegurança e falta de reformas. Saudades de quê?



A hora é de ajudar o Brasil. A hora é de colaborar com o novo governo. Eleito, democraticamente, pela expressiva maioria do povo brasileiro. Chega de falar em PT. O presidente está acima dos partidos. Domingos



Esperamos um basta à corrupção que, infelizmente, correu solta nos últimos anos. Muitos roubos, fraudes, desvios e rombos. E ninguém foi preso. Em compensação, os banqueiros estão mais ricos. Alguns receberam ajuda do PROER. Capitalismo sem riscos. Para alguns privilegiados, é claro!



Não impor condições e abdicar de hábitos e interesses menores. Colocar o interesse nacional acima de qualquer outro. É o mínimo que se espera de cada representante que irá compor a mesa de negociações. A hora é de união. De pacto social. De pacto nacional.



É preciso, pois, aprender com os erros do passado. Eliminar, desta vez, com a síndrome da indiferença social crônica, por parte de alguns setores organizados da sociedade.



Chega de fazer o jogo dos agiotas e especuladores internacionais. Vamos aprender com nossos erros. Criar nossas próprias soluções. Cortar o cordão da dependência aos ditames e aos dólares dos especuladores internacionais. O Brasil é uma grande nação.











Domingos Oliveira Medeiros

Atualizado, em 14 de novembro de 2002-

26 outubro de 2002

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