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Contos-->*A FEIA TAMBÉM TRAI* -- 10/10/2007 - 16:39 (Sonia Nogueira - *sogueira*) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


**A Feia Também Trai**

Lembro-me, era bem criança ainda, mas minha tia sempre comentava este causo.
Certo jovem, de um sertão lá pras bandas do Jaguaribe, estava no momento certo para o casamento. Com 38 anos e ainda carregado de dúvidas e incertezas. Não tinha estudo, pronunciava palavras erradas à moda dos iletrados e dos costumes do lugar. Dizia:
- Devo percurar uma dessas moça casadora do meu povoado, qual?...
- Dizem que fisicamente pareço-me com meu tio e se tiver a triste sorte dele?

O tio era um homem bem apessoado, de boa altura, corpo forte e bem delineado, bronzeado, bigode farto, dentadura perfeita, sorriso franco e olhos de grande galanteador. Também pudera, tinha na sua fazenda nada mais que cinco mil cabeças de gado! Ficou viúvo aos 45 anos e logo comprou uma jovem de 18 a mais formosa e disputada da região. Após seis meses de casados a desfrutável fugiu com o filho do marido, seu enteado.

- Tá aí meu receio com muler bonita, dizia.
Chegara sua irmã, que estudava na cidade próxima, preparando-se para ser a professora do povoado. Recebera um certificado da 5º série, chamado pelos habitantes de “Professora Diplomada”.
Veio com ela um português, amigo, para passar uns dias, quando foi apresentado, para agradar o irmão, disse:

- Sua irmã é uma rapariga cheia de formosura e educação. Lindomar era o nome do irmão, mas era apelidado de “Lindo”. Lindo estremeceu, olhou para irmã com um olhar de fera enjaulada, pensou. O que fazer? Arrebentar com os dois agora ou entregar a missão ás mãos do pai.
- Rapariga? Quer dizer que dispôs que vai pra cidade vira isso aí?.
- As moça daqui seu moço, são donzela e muito respeitada, o pai vai te expulsar de casa.
- Calma Lindo, não é o que você está pensando. E explicou para o irmão o significado da palavra assustadora, lá em Portugal.

Á noite os jovens se reuniram para uma festinha com sanfonas e comidas locais, para homenagear as três professoras, sim eram três “diplomadas.
– Vou observar as mocinha hoje e escolher uma pra eu se casar, pensou Lindo. Aproximou-se de uma jovem cabocla, graciosa e fogosa.
-A rapariga quer dançar comigo? O irmão ouvindo o desrespeito da proposta arremessou-lhe um tapa.

– Safado repete a palavra, minha irmã é uma moça direita num anda fazendo safadeza não. A confusão quase não termina, o desentendimento foi geral, empurra daqui, bate dali, até que depois de várias tentativas os ânimos se acalmaram.
Lindo ficou a matutar lá com seus botões e decidiu.
–Vou me casar com uma moça feia, assim fico tranqüilo, saio para o trabalho despreocupado.

– A fia do seu Joaquim moça comportada caseira os rapaz nem olha pra ela? A jovem ia para a reza e recebeu a tal proposta. Quase desmaia. Nunca tivera um namorado e logo o Lindo? O pior é que o moço é lindo mesmo. Esfregou as mãos, baixou os olhos.
- O moço bonito quer casar comigo mermo ou está me gozando? O moço fala lá com meu pai.

E casaram-se, mas lindo dava pouca atenção à mulher, lá nas suas obrigações de marido, procurava aventuras fora de casa. Com o decorrer do tempo, ela passou a fumar cachimbo, tomar uma pinga (cachaça) escondida, para sufocar tanto desprezo e desgosto que iam se acumulando.
Certa vez, Lindo precisou viajar por um período de duas semanas, mas regressou antes da data prevista e encontrou a mulher no quarto com um bêbado conhecido.

– Não me mate, seu moço, pelo amor de Deus.
-Não sinhô, não vou lhe matar, quero apena que o sinhô me responda: O que foi que o sinhô viu nesta feiúra que ta aí?
-Ah! Seu menino, essa “chumaçada” que ela solta e a cuspidela depois da cachimbada é de uma graça que o moço nem imagina.
- Quem nasceu pra ser corno, se casar com uma santa o altar ainda cai. Pensou Lindo.
- Pode levar ela pro sinhô, não me serve mais
- Meu pai bem dizia, tudo se aproveita filho é só olhar com atenção e bem direitinho.

Sogueira




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