Flutuar entre espaços sem que nenhum apelo seja suficientemente forte para colocar-me em lugar fixo.
Esta seria uma hora ideal para sair dos limites que me seguram à terra.
Fosse eu um astronauta iria longe, olharia a terra transformada em ponto azul e então decidiria qual a verdadeira importância de traçar caminho de volta.
Dentro do longínquo ponto azul o que realmente importaria?
Num mundo tão pequeno que pensamentos valeriam o esforço, que decisões transformariam a vida beneficamente?
Que emoções fariam a diferença?
Fosse eu um astronauta, flutuaria no espaço sentindo apenas movimentos lentos e talvez então nem me lembrasse de decisões que sem duvida se tornariam mesquinhas e insignificantes.
Que importância teriam as pessoas que amo se eu nem as pudesse ver de tão longe, a movimentar-se dentro da bolinha azul?
Que espaço preencheriam?
Que falta fariam? Eu as amaria ainda?
De que valeriam todos os acontecidos, os feitos e os momentos idos?
E nós?
De que valeria nossa ínfima história, observada de tão longe