O que é amor? De onde vem? Aonde encontrá-lo? Antes de pensarmos em responder estas perguntas, será oportuno relatar um acontecimento interessante que vem de encontro ao assunto.
Em regiões desérticas na África e no Oriente Médio, constroem-se quilómetros de aquedutos sob a superfície arenosa. Em um desses lugares, alguém flagrou cena curiosa. Uma corça - animal típico da região, pequena estatura, arisco e de costume migratório - procurava água para matar a sede.
As corças são dotadas de olfato privilegiado. O olfato lhes possibilita sentir cheiro de água a quilómetros de distància. Uma delas percebendo o fluir da água nos aquedutos, poucos metros abaixo da areia, pós-se a correr por cima deles, para localizar de onde ela provinha. E corre! E para! E cavouca! E levanta focinho! E fareja! Isto tudo na tentativa de encontrar a fonte dessas águas!
Imaginar esta cena é possível! Sol a pique sobre areia escaldante. Corça sedenta e exausta caminhando pelo deserto. Miragens! Trêmulos de água cintilando ao longe sobre a areia. Calor causticante e um ambiente hostil! Veja se não é exatamente assim o passar pela vida sem decifrar o amor! Ocorre-nos o pressentimento de haver, em lugar próximo, amor a jorrar como fonte de água, mas não podemos dizer de onde vem nem para onde vai?
Também, do mesmo jeito é o ser humano! Carrega a sensação de junto a ele existir tesouro escondido, uma fonte de amor por onde jorra água cristalina capaz de lhe saciar a sede. A procura a este achado envolve contingente enorme de pessoas. Por curioso que pareça, é uma busca velada e não nos permitimos tocar neste assunto, levando-nos a uma caminhada solitária e desprezada pela descoberta da verdade. Por este motivo temos saudade imensa de algo que não podemos definir! O Que vem a ser isto? Porque ocorre? Bem simples: é reflexo da enorme sede que sentimos de amor!
Intriga-nos este anseio e por isso buscamos algo que nos preencha o coração e nos acalente a alma todo momento, na alegria e na profunda tristeza, e nos seja uma ponte, sobre turbilhões de águas, por onde passemos para nos refugiar nos momentos de tribulação. Sem isto, um pedacinho de nós se perde em algum canto. Quem não deseja o amor a preencher-nos o coração e a alma?
Ora, o ser humano é o frasco ideal para transbordar esse indecifrável sentimento chamado amor! O verdadeiro amor expressa pureza, nele não existe mistura. É fonte de água viva que uma vez bebida o homem jamais terá sede. O homem que não ama e que não é amado sente vazio o seu interior. A raça humana, desde a sua condição mais primitiva até aos estágios de maior avanço, busca desesperadamente ser amada e compreendida para poder amar a outrem.
Agora, podemos retornar à s perguntas levantadas no início e respondê-las! Só uma pessoa pode de forma plena encher nosso vazio interior e matar completamente nossa sede. Aquele que nos fez! O Criador! Pois a essência de Deus é amor!
Concluímos com uma passagem para meditar: Certo poeta descreveu a cena da corça farejando água, sobre a areia do deserto, desta maneira: "Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus,..." (Salmos 42:1-2).
